Os presidentes e vereadores com pelouros das Caldas da Rainha e Óbidos, juntaram-se no passado dia 23 de Março, para uma reunião conjunta, dando assim um primeiro passo para o trabalho colaborativo entre os dois municípios.
Na agenda estiveram as áreas da cultura, desenvolvimento económico, saúde, turismo, reabilitação urbana, juventude, mobilidade e área social. Também a Lagoa de Óbidos é um assunto no qual pretendem ter uma posição concertada, nomeadamente no que respeita ao plano de dragagens e à sua dinamização económica.
“Foram vários os pontos onde trocámos impressões sobre de que forma poderemos desenvolver ou incrementar parcerias entre os dois municípios para o futuro”, disse o presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, lembrando que no passado já foram feitas algumas coisas em conjunto, ainda que pontuais.
O trabalho continua agora com os vereadores, com as áreas atribuídas, a reunirem entre si e a estabelecer as suas próprias metodologias. No final os projectos conjuntos serão apreciados pelos respectivos executivos e dados a conhecer publicamente.
Tinta Ferreira destaca que esta foi uma reunião inicial e que ainda não existem projectos delineados, mas revela que querem que Óbidos faça parte da Feira dos Frutos, que estão a organizar, ou que as Caldas possa, de alguma forma, participar no Festival de Chocolate de Óbidos. Está também a ser trabalhada, no âmbito do desenvolvimento económico, a relação entre o Parque Tecnológico e as empresas das Caldas, assim como questões de água e saneamento entre os dois municípios.
O presidente da Câmara caldense diz que é “muito importante um relacionamento correcto” com os municípios vizinhos e que tem procurado ser um “agente impulsionador desse mesmo bom relacionamento”. Sente que o município de Óbidos e os outros que também fazem fronteira com o município também têm esse mesmo espírito e vontade. “Trabalhando em conjunto é mais fácil, mas isso implica muitas vezes abdicar de algum protagonismo próprio em detrimento de um projecto comum”, disse, acrescentando que é importante que a “população perceba que nem sempre é as Caldas ou Óbidos a liderar processos”.
Também o presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques, manifestou a sua “satisfação e expectativa” em relação ao resultado deste trabalho conjunto. Reconhece que haverá assuntos mais fáceis que outros, “que carecem de algum amadurecimento”, mas realça que pediram às equipas que apresentassem resultados rapidamente. As reuniões já estão a decorrer esta semana.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt0
PS contra reunião de “facção partidária”
O PS das Caldas critica a reunião por esta ter o “desplante de cirurgicamente seleccionar uma peculiar casta de vereadores (os que são do PSD) e excluir todos os outros”. Por isso, classificam-na como uma reunião de facção partidária e denunciam o facto desta se ter realizado no edifício da Câmara.
“Ficámos a saber também que, para a definição de um plano de colaboração intermunicipal, não servem os contributos de todos os vereadores, mas apenas de alguns”, revelam, lembrando que também o PS caldense já reuniu com autarcas do concelho de Óbidos, mas fê-lo nas sedes partidárias.
Em comunicado, os vereadores Rui Correia e Jorge Sobral caracterizam este acto de “desdém democrático” e que mostra o “descrédito político que estes presidentes de Câmara merecem ao aceitar convocar reuniões que excluem os eleitos de grande parte da população dos seus concelhos”.
Ambos dizem que não percebem o que se pretendeu dizer naquela reunião “às escondidas dos restantes vereadores, legitimamente eleitos”, e referem que os vereadores a quem não foram atribuídos pelouros também o são de pleno direito.
Também não vêem nenhuma razão plausível para transformar uma reunião de colaboração entre municípios num enclave partidário, a não ser que considerem que as temáticas abordadas apenas digam “respeito a vereadores com pelouro e que o contributo de todos os demais seja escusado e dispensável”. F.F.






























