
Dirigentes do CDS andaram em várias linhas de comboio, no passado dia 21 de Agosto, para chamar a atenção para “a inacção inadmissível” do governo na ferrovia, disse à Gazeta das Caldas a líder centrista, Assunção Cristas, que apanhou nesse dia o comboio nas Caldas da Rainha rumo a Coimbra.
Já em Maio de 2011, numa acção de campanha eleitoral, a então deputada viajou de comboio na linha do Oeste, desta vez de Leiria para as Caldas, para reivindicar a modernização deste eixo ferroviário, mas pouco tempo depois subia a ministra do governo de coligação PSD/CDS-PP e nada fez pela linha do Oeste.

Assunção Cristas, juntamente com uma pequena comitiva do CDS, apanhou o comboio das 11h51 na estação das Caldas da Rainha rumo a Coimbra, numa viagem que demoraria quase duas horas e meia. O objectivo, que não é novo, é o de experienciar a degradação que tem vindo a sofrer a ferrovia, agora resultado do “desinvestimento deste governo”, disse a líder centrista à entrada para o comboio.
A acção, a nível nacional, juntou vários dirigentes do CDS, que viajaram em diferentes linhas ferroviárias a chamar a atenção para o investimento público “mais baixo de sempre” na ferrovia em Portugal e para o desperdício de fundos comunitários. “É uma grande hipocrisia política porque o governo andou a reclamar e criticar e neste momento, depois de três anos na governação, o que vemos é um resultado desastroso”, diz Assunção Cristas.
Esta já não é a primeira vez que a deputada eleita pelo distrito de Leiria viaja de comboio pela Linha do Oeste. Já em Maio de 2011 viajou entre Leiria e Caldas da Rainha numa acção de campanha eleitoral, onde reivindicava a modernização da linha e protestava pelo então governo PS nada ter feito por este corredor ferroviário. Em Junho desse ano houve eleições, a deputada passa a ministra e é o seu governo que em Outubro do mesmo ano decide fechar a linha a norte das Caldas da Rainha. A mobilização de populações, autarcas e partidos contra esta decisão, acabaria por ditar, porém, a sua reversão.
A modernização da linha do Oeste continua como uma das promessas mais reiteradas de todos os partidos e, embora Assunção Cristas reconheça que o planeamento do investimento na ferrovia atrasou devido a “constrangimentos em virtude da Troika” [durante a coligação PSD/CDS], depois da sua saída de Portugal, este devia ter sido acelerado.
Assunção Cristas refere que o PETI (Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas), criado pelo seu governo, previa a modernização da Linha do Oeste (além do seu encerramento a norte das Caldas da Rainha) e que havia verbas para essa execução. Aponta, por isso, o dedo ao actual governo socialista, que continua sem executar muitas das acções previstas no documento e que “está a ajudar a degradar ainda mais as condições da ferrovia”. Actualmente os comboios circulam atrasados, têm pouco conforto, muitos deles são suprimidos, há bilheteiras encerradas e falta de informação.
A deputada centrista chamou ainda a atenção para o facto do governo liderado por António Costa ter feito do investimento público a sua grande bandeira e de se estar a assistir “ao pior resultado de que há registo”.






























