Assunção Cristas apanhou o comboio nas Caldas para Coimbra numa repetida acção de protesto sobre a linha do Oeste

0
1058
Gazeta das Caldas
Assunção Cristas nas Caldas na passada terça-feira numa acção política de protesto contra o mau estado da linha do Oeste e, sete anos antes, durante uma acção de campanha eleitoral pelos mesmos motivos

Dirigentes do CDS andaram em várias linhas de comboio, no passado dia 21 de Agosto, para chamar a atenção para “a inacção inadmissível” do governo na ferrovia, disse à Gazeta das Caldas a líder centrista, Assunção Cristas, que apanhou nesse dia o comboio nas Caldas da Rainha rumo a Coimbra.
Já em Maio de 2011, numa acção de campanha eleitoral, a então deputada viajou de comboio na linha do Oeste, desta vez de Leiria para as Caldas, para reivindicar a modernização deste eixo ferroviário, mas pouco tempo depois subia a ministra do governo de coligação PSD/CDS-PP e nada fez pela linha do Oeste.

Gazeta das Caldas
Assunção Cristas nas Caldas na passada terça-feira numa acção política de protesto contra o mau estado da linha do Oeste e, sete anos antes, durante uma acção de campanha eleitoral pelos mesmos motivos

Assunção Cristas, juntamente com uma pequena comitiva do CDS, apanhou o comboio das 11h51 na estação das Caldas da Rainha rumo a Coimbra, numa viagem que demoraria quase duas horas e meia. O objectivo, que não é novo, é o de experienciar a degradação que tem vindo a sofrer a ferrovia, agora resultado do “desinvestimento deste governo”, disse a líder centrista à entrada para o comboio.
A acção, a nível nacional, juntou vários dirigentes do CDS, que viajaram em diferentes linhas ferroviárias a chamar a atenção para o investimento público “mais baixo de sempre” na ferrovia em Portugal e para o desperdício de fundos comunitários. “É uma grande hipocrisia política porque o governo andou a reclamar e criticar e neste momento, depois de três anos na governação, o que vemos é um resultado desastroso”, diz Assunção Cristas.
Esta já não é a primeira vez que a deputada eleita pelo distrito de Leiria viaja de comboio pela Linha do Oeste. Já em Maio de 2011 viajou entre Leiria e Caldas da Rainha numa acção de campanha eleitoral, onde reivindicava a modernização da linha e protestava pelo então governo PS nada ter feito por este corredor ferroviário. Em Junho desse ano houve eleições, a deputada passa a ministra e é o seu governo que em Outubro do mesmo ano decide fechar a linha a norte das Caldas da Rainha. A mobilização de populações, autarcas e partidos contra esta decisão, acabaria por ditar, porém, a sua reversão.
A modernização da linha do Oeste continua como uma das promessas mais reiteradas de todos os partidos e, embora Assunção Cristas reconheça que o planeamento do investimento na ferrovia atrasou devido a “constrangimentos em virtude da Troika” [durante a coligação PSD/CDS], depois da sua saída de Portugal, este devia ter sido acelerado.
Assunção Cristas refere que o PETI (Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas), criado pelo seu governo, previa a modernização da Linha do Oeste (além do seu encerramento a norte das Caldas da Rainha) e que havia verbas para essa execução. Aponta, por isso, o dedo ao actual governo socialista, que continua sem executar muitas das acções previstas no documento e que “está a ajudar a degradar ainda mais as condições da ferrovia”. Actualmente os comboios circulam atrasados, têm pouco conforto, muitos deles são suprimidos, há bilheteiras encerradas e falta de informação.
A deputada centrista chamou ainda a atenção para o facto do governo liderado por António Costa ter feito do investimento público a sua grande bandeira e de se estar a assistir “ao pior resultado de que há registo”.

- publicidade -