
Todos dizem discordar da proposta do governo de reorganização administrativa, que prevê a fusão das freguesias. No entanto, na Assembleia Municipal do passado dia 18 de Setembro a maioria dos deputados municipais caldenses votaram contra a realização de um referendo local sobre esta matéria. A proposta foi feita pelo BE e apenas foi acolhida pelo PS, justificando a maioria que já não havia tempo para o fazer, que este apresentava custos acrescidos, ou ainda que não havia uma proposta concreta para referendar.
Na primeira reunião após as férias do Verão esteve também em destaque as manifestações de 15 de Setembro, com todos os partidos a pronunciarem-se sobre esta tomada de posição do povo português.
Os partidos foram também unânimes em mostrar o seu desagrado com o resultado das obras de regeneração que estão a decorrer na cidade e que não correspondem ao projecto inicial que lhes foi apresentado na Assembleia.

A proposta de realização de um referendo sobre a administração administrativa, proposta pelo BE, foi rejeitada pelo PSD, CDS-PP e CDU. Apenas os deputados bloquista e socialistas é que manifestaram o seu interesse em ouvir a população.
Esta proposta tinha baixado à segunda comissão, mas não reuniu consenso entre os vários partidos.
O PSD, pela voz de Miguel Goulão, embora “saudando esse modelo de afirmação democrática”, considerou que a moção apresentada se afigura “desadequada, quer pela forma quer pelos efeitos, sobretudo por ser ineficaz perante a lei já publicada”. O deputado municipal disse ainda que não poderiam votar favoravelmente um referendo que nem pergunta tem para referendar. “Não sabemos que Juntas é que estão propostas para ser extintas e não há uma proposta concreta”, fez notar.

Também o CDS-PP entendeu que esta não é a altura ideal para isso devido à necessidade de se tomar uma decisão concreta e também pelas condições financeiras e económicas em que o país se encontra. Os centristas justificaram ainda que a Assembleia Municipal já recepcionou alguns pareceres de assembleias de freguesia.
Na sua declaração de voto, Duarte Nuno realçou que os deputados foram eleitos para decidir e que espera que se “aproveite esta oportunidade para tornar o mapa territorial e administrativo mais eficaz”.
Já a CDU, que sempre repudiou a intenção de extinguir autarquias e freguesias, entende que não faz sentido um referendo sobre este processo, mas sim lutar para que ele não se concretize. Por esse motivo não se pronunciou mais sobre o assunto na Assembleia Municipal.
“Se somos claramente contra a extinção de freguesias, admitir o referendo é admitir a sua possibilidade de extinção”, disse Vítor Fernandes.

Já para o PS, o que está em causa é a reunião tardia da segunda comissão, onde o assunto foi debatido, que inviabilizou a realização do referendo.
Catarina Paramos, do PS, disse que o seu partido votou favoravelmente esta moção “como votaria outra qualquer de auscultação à população porque achamos que ela deve sempre ter a ultima palavra em relação a esta matéria”.
O BE, que apresentou a moção a 16 de Julho na Assembleia Municipal, defende que esta reforma administrativa não trará qualquer economia de escala ao país, que virá agravar as assimetrias de desenvolvimento e sacrificar a qualidade de vida e o ordenamento do território. Lino Romão argumentou que as dúvidas de natureza legal levantadas pelo PSD para a concretização do referendo não têm razão de ser, uma vez que este processo é acompanhado pelo Tribunal Constitucional.
Relativamente à falta de tempo para o realizar, o deputado bloquista disse que a lei do referendo é de “valor reforçado” e que leva à suspensão da contagem do prazo para pronuncia da Assembleia da República, uma vez começado o processo.

Após o resultado da votação, Lino Romão referiu que ficou bem claro “quem defende o aprofundamento da democracia e quem está decidido no retroceder desta matéria”. Disse ainda ter pena que os presidentes de Junta [que votaram contra a realização do referendo] não tenham aproveitado esta oportunidade para se colocarem ao lado das populações.
Em resposta, o presidente da Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, Vasco Oliveira, disse ter votado contra o referendo porque considera que não há tempo para o fazer. “Mas creia-me sempre na defesa dos interesses da população e na altura de votar cá estamos e sou contra esta lei”, disse.
O “tiro no pé” do PSD
Pouco tempo antes desta votação, e durante o período destinado ao público, o membro da Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo pelo PSD, José Cardoso, falou sobre o mesmo assunto dizendo que o seu partido está a “dar um tiro no pé” se levar por diante a reforma administrativa que prevê a agregação das

freguesias.
“Julgo que o autor desta reforma administrativa não seguiu os passos que, se calhar, a troika lhe impôs, que fosse uma reforma autárquica e não de freguesias, mas o mais fácil foi pegar no parente pobre”, disse. Na sua opinião, os autarcas e os eleitos nas juntas e assembleias de freguesia “não foram eleitos para as aniquilar nem para fazer esta reforma”. O autarca aceita uma reforma do território, mas que seja estrutural, precisando, para isso, de ter, pelo menos, o apoio de três partidos, senão de todos os partidos parlamentares.
“Acho que as reformas têm que ter algum sentido e, na minha opinião, esta tinha que começar pelo Parlamento, pela diminuição de deputados, de municípios, de PPPs e então, de juntas de freguesias”, fez saber José Cardoso, acrescentando que para a sua concretização seria preciso uma legislatura inteira, com debate e consulta à população.

Jorge Sobral (PS) saudou a intervenção do vogal da Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, José Cardoso, cujo ponto de vista também partilha. O deputado socialista lembrou ainda que o presidente Vasco Oliveira numa sessão pública disse que pretendia não estar presente na Assembleia em que fosse votada a proposta de agregação das freguesias e pediu-lhe que não o fizesse. “Ora isso não faz sentido pois o presidente da Junta que tanto tem defendido que não deve haver cortes ou junção de freguesias, é aqui que deve estar”, defendeu.
Já Lino Romão (BE) registou algumas “contradições” no interior do PSD, explicando que a posição de José Cardoso vem contra outras já tornadas públicas na comunicação social pelo presidente da Câmara e o vice-presidente que, “já por mais que uma vez se manifestaram a favor de uma pronúncia porque isso teria a vantagem de reduzir menos freguesias”.
Vitor Fernandes (CDU) voltou a pedir aos autarcas do PSD para pressionarem o governo para não levar a ideia da reforma administrativa avante, até porque também já o próprio Presidente da Republica mostrou as “suas preocupações em relação à aplicação desta lei, por todos os conflitos e problemas que pode trazer numa altura tão delicada para o nosso país”.
Também no PSD “não simpatizamos com esta lei das autarquias”, disse Alberto Pereira, fazendo saber que, em conjunto, irão fazer tudo o que estiver ao seu alcance para encontrar a melhor solução para o concelho.
O vice-presidente, Tinta Ferreira, refutou as afirmações de Lino Romão, de que era a favor da agregação das freguesias.
Um cartão vermelho ao empobrecimento colectivo
A manifestação de 15 de Setembro esteve em destaque com referência por parte dos elementos dos vários partidos.
A deputada do PS, Luísa Arroz, foi a primeira a destacar o número “inédito” de manifestantes que saíram à rua, também nas Caldas da Rainha. “O colossal sobressalto cívico de 2012 não foi um cartão amarelo, foi um cartão vermelho ao grande salto em frente do empobrecimento colectivo”, disse.
Luísa Arroz fez também notar que não se sairá da crise através da exigência de sacrifícios a uns e isenção a outros, mas pela “equidade exigida pelo Tribunal Constitucional e no debate construtivo exigido por todos os cidadãos”. Nesse sentido, a deputada socialista quis saber quais são as medidas que estão a ser tomadas pela autarquia para “evitar o afundanço económico” da cidade e para mobilizar o seu sector cultural e criativo.
Para Lino Romão (BE) a manifestação do 15 de Setembro foi histórica. “Nas Caldas juntou mais de mil pessoas, coisas que nunca se viu de uma manifestação cívica, mas de forte pendor político”, referiu, acrescentando que se tratou de um forte sinal ao governo e ao seu programa com a troika.
Na opinião de Lino Romão, deu-se um “mudar de capítulo” e o governo tem que olhar mais para a dignidade das pessoas, para as condições de vida dos portugueses, ao invés de prosseguir com o modelo de redução dos custos de trabalho a todo o custo, da privatização de várias entidades e da destruição do serviço público.
Para os cépticos, o deputado bloquista deixou dois nomes: Islândia, que está a fazer um caminho diferente, e Vicente Navarro, um catedrático espanhol que lançou agora um livro, que traz 115 medidas concretas que “inverte este caminho”.
Vítor Fernandes (CDU) também mostrou o seu agrado com as manifestações populares de 15 de Setembro. “Foi praticamente espontâneo e mostrou que as pessoas sentem na carne estas medidas de austeridade”, disse, acrescentando que o governo tem de alterar esta política, senão a situação ainda se vai agravar mais.
Duarte Nuno (CDS-PP) disse que participou numa das manifestações que se realizaram no país por ser “frontalmente contra estas medidas”, mas criticou a esquerda por considerar que está a tirar dividendos com a mobilização da população.
O deputado centrista considera “vergonhoso” que partidos políticos se tenham envolvido na manifestação que surgiu da sociedade civil, apesar dos organizadores terem apelado a que tal não acontecesse.
“Estas medidas são erradas, mas o PS foi quem nos deixou nesta situação pois governou durante 13 anos e foi ele que chamou a troika”, denunciou.
Já para Miguel Goulão (PSD)“a democracia não é apenas exercida quando somos chamados às urnas, mas também quando as pessoas se manifestam como manifestaram no dia 15 de Setembro”. O deputado social-democrata considera que o governo deverá tirar ilações sobre o que se passou, mas lembrou que o governo tem legitimidade democrática.
“O tempo é de nos manifestarmos mas também de contribuirmos”, disse, apontando o dedo ao PS por criticar e não propor alternativas.
Os impostos baixos nas Caldas
O vereador Tinta Ferreira, ao responder às perguntas de Luísa Arroz, explicou que a primeira medida que o município está a tomar para contornar a crise é mantendo os impostos municipais baixos. “Se uma família nas Caldas pagasse as taxas máximas, gastaria quase mais mil euros do que aquilo que paga agora”, exemplificou.
Esta medida acontece sem a Câmara deixar de prestar os outros serviços, assegura o vereador, reconhecendo, no entanto, que alguns poderão ter uma qualidade mais reduzida.
O autarca considera que a autarquia não se deve sobrepor aos privados, mas ter os meios e serviços necessários para que eles possam desenvolver a sua actividade económica e social. Mas, para continuarem esta gestão municipal não podem “cometer erros, loucuras, nem engordar a nossa casa e é neste equilíbrio que se faz boa gestão”, disse.
Hospital Termal e seu património podem ser sustentáveis
A preocupação com o Hospital Termal e o seu património levou o cidadão José Marques Serralheiro a intervir, uma vez mais, na Assembleia Municipal caldense.
O mentor do Hospital Oeste Norte deixou uma série de tópicos que considera importantes em relação à gestão do parque e da mata, assim como do Hospital Termal. Para o Largo do Termal, defende uma fonte e a retirada de todos os carros.
José Marques Serralheiro (que já pertenceu à administração do então Centro Hospitalar das Caldas da Rainha) disse ainda que a exploração do Parque e da Mata custou, em 2011, cerca de 500 mil euros, o que significa 40 mil euros por mês, ou 1300 euros por dia, enquanto que os visitantes do parque andarão pelos 150 mil por ano, o que significa que cada visitante custou três euros.
“A exploração de 1982 a 2012 [últimos 30 anos] custou cerca de 5 milhões de euros, o que equivale a 166 mil euros por ano”, informou José Marques, que considera possível o Parque ter sustentabilidade a partir de 2014. Mas, para isso, é necessário um investimento de 100 mil euros em pólos de atracção e parcerias com empresas locais, nacionais e multinacionais. Como exemplo sugeriu o modelo de gestão do Jardim Zoológico, em que algumas empresas pagam a alimentação dos animais.
É ainda preciso que a Câmara assuma os encargos com a água, a vigilância e segurança e a EDP os encargos com a electricidade. Na sua opinião, também poderiam ser criadas parcerias para que o parque se transformasse num jardim da cidade. “Haveria ruas e bairros que não se importavam, em regime de voluntariado, de assumir determinados canteiros do parque”, explicou.
José Marques Serralheiro defendeu que esta gestão pode ser feita através da criação de uma Liga de Amigos do Hospital Termal e do património, com a colaboração das duas Juntas de Freguesia da cidade e outros parceiros.
Para o orador, as Caldas têm muito potencial, defendendo mesmo que se trata da cidade melhor localizada no país pois “está a 90 minutos de 50% da população portuguesa, está perto de Lisboa e das praias”.
O deputado socialista Jorge Sobral considera que os caldenses sempre olharam para o Parque e Mata como um ex-libris da cidade, sendo gerido pelo Ministério da Saúde, pelo Hospital Termal, ou de outra forma. Continuam à espera da decisão do governo para aquele património, mas consideram que as ideias apresentadas por José Marques Serralheiro podem ser um contributo.
A intervenção de José Marques deixou um “sentimento de ambiguidade” ao deputado bloquista, Lino Romão, pois apesar de registar a sua participação cívica, considera que este tem uma orientação demasiadamente economicista.
Lino Romão defendeu que o hospital deve continuar no Serviço Nacional de Saúde com o património que possui agora pois é isso que lhe confere a identidade. Este deputado considera que a Câmara está “muito desejosa” de assumir a gestão do Parque e da Mata e aconselhou a que esta, antes de se querer apropriar daquele património, se deve preocupar com a gestão e manutenção dos seus espaços públicos.
Também Vítor Fernandes (PCP) quis agradecer publicamente o contributo de José Marques, adiantando que estão todos preocupados em relação ao futuro do Hospital Termal e do seu património. O deputado comunista lembrou que a administração do hospital está a consultar os vários partidos políticos e considera que deveria de haver debates com a população sobre este tema.
Vítor Fernandes partilha da opinião que o Ministério da Saúde tem todas as condições para gerir o hospital, que deverá continuar no SNS, assim como todo o património que lhe está agregado.
PPP para o Hospital Termal
O deputado Duarte Nuno (CDS-PP) defendeu as parcerias público-privadas (PPP), realçando que estas não podem ser condenadas só pelos maus exemplos que vêm do Estado. “Se vamos criticar as PPP vamos negar, novamente, uma solução para as Caldas da Rainha a nível do termalismo”, disse, acrescentado que o Estado não vai resolver a situação.
“Há cidades em que o termalismo continua a contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento económico da terra e nós temos um termalismo que já não contribui para nada, nem para o comércio, nem para a hotelaria e restauração”, disse, acrescentando que para revitalizar o termalismo é preciso investimento.
“Não é o Estado que vai trazer às Caldas um projecto moderno, que inclui lazer, bem-estar, espaços verdes, a recuperação dos pavilhões do parque e todo um conjunto de infra-estruturas novas e outras que precisam de ser melhoradas”, disse.
O deputado centrista continua a defender uma ligação ao Serviço Nacional de Saúde, mas também uma parceria público-privada, que envolva o município. Duarte Nuno deixou ainda claro que é muito importante que seja feito um concurso público, com critérios rigorosos, para que a competência e experiência do parceiro privado garanta um projecto com futuro nas Caldas.
Também Alberto Pereira (PSD) agradeceu os avisos de José Marques e defendeu que é preciso encontrar soluções para que o Hospital Termal se mantenha em funcionamento. “É um espaço fundamental para as Caldas, a matriz da nossa cidade”, realçou.
O vereador Tinta Ferreira lembrou que o Ministério da Saúde tem feito saber que não tem vocação, nem condições, para continuar a manter o Parque e a Mata. “O município está a estudar essa matéria e se tiver que ser envolvido os seus contributos são importantes”, disse a José Marques Serralheiro.
Tinta Ferreira disse que estava preocupado, não só com os custos de funcionamento dos espaços, mas também com o investimento que é preciso fazer para que possa ter adequada rentabilidade em termos de visitas e utilização das pessoas.
Nota negativa para a regeneração urbana
Para Alberto Pereira (PSD) a obra de arranjo do Largo do Termal foi uma oportunidade perdida. “Não gosto da obra que ali foi feita, não corresponde sequer, ao que nos foi aqui mostrado [na Assembleia Municipal]”, disse, acrescentando que as alterações pedidas pelo hospital resultaram num projecto com “menos valias, que não está bonito, não engrandece aquele largo e deixa muito a desejar”.
Também Vítor Fernandes está insatisfeito com o resultado das obras de regeneração urbana. “Perdeu-se uma oportunidade para melhorar o espaço, aquilo que ali está é uma coisa horrível”, disse, referindo-se à intervenção no Largo do Termal.
O deputado comunista salientou ainda que alguns dos pilares colocados já estão partidos.
Também a deputada socialista Catarina Paramos deu nota negativa à regeneração urbana. “Parece-me que este executivo municipal está para as obras de regeneração urbana como o governo está para a Taxa Social Única”, disse, adiantando que já há mobiliário urbano novo que está partido.
A deputada lembrou que o PS já antes disse que este plano de regeneração urbana “não era mais que uma repavimentação de passeios” e refere que o que se assiste nas ruas “é mau demais para ser verdade, com materiais e acabamentos de péssima qualidade, soluções alteradas e indignas a meio da obra e em cima do joelho, zonas verdes que estavam previstas no projecto e que de repente deixam de ser contempladas”.
Catarina Paramos referiu também que aquilo que se vê não é aquilo que foi aprovado, nem coincide com o projecto inicial que lhes foi apresentado na Assembleia.
O PS quer agora que a Câmara faça outra sessão pública para apresentar as alterações de projectos, sob pena de, caso não o faça, serem os socialistas a dar esse passo.
Duarte Nuno não acha que a regeneração urbana que está a ser feita na cidade seja uma vergonha, mas antes que seja o “pensamento vigente no município, de que serve, basta”. Na sua opinião, pior é o estado em que as Caldas está ao nível da falta de limpeza e da existência de grafitis nas paredes. “Isso seria a principal medida de uma grande regeneração urbana”, defendeu.
Em resposta, Tinta Ferreira explicou que a autarquia não tem capacidade para estar em permanente limpeza e falta-lhe imaginação para descobrir outro tipo de soluções, pelo que aguarda propostas para resolver esse problema.
De acordo com o autarca, a obra prevista para o Largo do Termal sofreu alterações consensualizadas com o CHON. “O próprio presidente da Câmara já manifestou que não está contente com o resultado final”, reconheceu o autarca, acrescentando que a intervenção ainda irá ser melhorada. Tinta Ferreira explicou também que as obras ainda não estão acabadas e que só se deve fazer a avaliação no final. “Em Outubro de 2013 a população vai avaliar se gostou ou não das obras e se foram adequadas às suas expectativas”, disse.
Creche e Serviço de Apoio Domiciliário em S. Gregório
A Assembleia Municipal aprovou, por unanimidade, o lançamento do concurso público para a construção de uma creche e Serviço de Apoio Domiciliário em S. Gregório. O edifício tem um preço base de 800 mil euros e terá um prazo de execução de 300 dias.
Trata-se se um investimento que não se destina unicamente aquela freguesia, mas também às limítrofes, como é o caso do Landal, A-dos-Francos e Vidais.
Vítor Fernandes pediu esclarecimentos sobre a falta de electricidade na Largo João de Deus e na rua homónima, que é prejudicial para quem ali vive.
O deputado comunista deu também nota do “estado lastimável” em que se encontra a Quinta da Boneca, nomeadamente a sua fonte, o tanque, e algumas minas de água e o riacho. Vítor Fernandes deu mesmo o exemplo da mina de água que durante muito tempo abasteceu o Chafariz das 5 Bicas e que está cheia de silvas, pedindo a atenção da Câmara para a sua limpeza.
O vice-presidente da Câmara garantiu que vai saber o que se passa relativamente à falta de electricidade no Largo e Rua João de Deus, assim como na Quinta da Boneca, informando desde logo que se trata de um terreno privado, pelo que não sabe até que ponto a Câmara tem competência de intervenção nessa matéria.
O presidente da Junta de Freguesia de Salir do Porto, Abílio Luís, foi eleito, por maioria, para representar a Assembleia Municipal no 20º congresso extraordinário da Associação Nacional dos Municípios Portugueses.
O deputado Lino Romão (BE) propôs que a Câmara pague os livros escolares a todos os alunos do ensino público das Caldas. “A autarquia deixou mais de 400 mil euros por executar na componente social do seu orçamento”, justificou, acrescentando que a aquisição dos livros representaria cerca de 25% desse montante.
Tinta Ferreira referiu que não é possível dar resposta à proposta de Lino Romão pois existem mais de 10 mil alunos no concelho. De acordo com o vereador da Educação, a autarquia já contribui “acima daquilo que é definido pela lei”, ou seja, apoia na compra de livros e material escolar os beneficiários do primeiro e segundo escalões a frequentar o primeiro ciclo do ensino básico das Caldas. “O número de beneficiários do escalão um e dois do abono de família, infelizmente, tem vindo a aumentar. O município vai gastar uma verba superior, mas as pessoas vão receber a mesma coisa”, disse o autarca, especificando que ajudam cerca de 50% das crianças que frequentam o primeiro ciclo.
Falta de segurança no Largo do Colégio Militar
O presidente da Junta de Freguesia de Santo Onofre, Abílio Camacho, partilhou na Assembleia um problema que está a ter na sua freguesia e pediu ajuda para a sua resolução. Trata-se de um grupo de pessoas de etnia cigana que acampou junto ao Largo do Colégio Militar e tem causado alguns distúrbios.
Abílio Camacho já lá foi com a polícia e quis informar a Câmara que qualquer dia pode-se tornar uma situação muito grave. “Há ameaças constantes entre os residentes e os ciganos e agressões, inclusive a crianças”, disse o autarca, que está bastante preocupado com a situação. Pediu para que, em conjunto, Junta de Freguesia, Câmara e PSP, consigam arranjar uma solução para esta situação, que “está a extravasar tudo o que é razoável”.
Apesar de consciente que são acontecimentos complexos, Jorge Sobral (PS) acredita que a Câmara pode fazer alguma coisa para ajudar e lembrou que o que está a acontecer nas Caldas não é inédito pois também há problemas semelhantes em Alcobaça, Pombal e Peniche. Defendeu que é importante encontrar soluções com a comunidade e envolvendo os serviços sociais da autarquia.
Carlos Elias (CDS-PP), que já tinha levantado esta questão noutras reuniões, referiu que esta situação também se verifica noutros locais da freguesia, como nas imediações da sede dos Pimpões. O deputado centrista apelou aos vereadores para arranjar um pouco de tempo para implementar o Conselho Municipal de Segurança, que há praticamente um ano foi aprovado na assembleia.
Para Tinta Ferreira deverá ser o Conselho Local de Acção Social, que inclui as forças de segurança, que poderá, a avaliar esta situação.
Orçamento participativo nas Caldas em 2013
Catarina Paramos (PS) deixou uma nota positiva à Câmara por ter incluído no orçamento para 2013 uma verba de 150 mil euros para o orçamento participativo.
De acordo com a deputada, um orçamento participativo é seguido há vários anos em muitos municípios e é uma opção que, “em contexto de crise e de contenção financeira, se revela oportuno”, por permitir que as prioridades financeiras sejam dadas aos problemas reais e uma forma dos cidadãos poderem participar activamente na tomada de decisões.
Também Tinta Ferreira quis créditos na implementação do orçamento participativo, destacando que este só será possível graças à votação da maioria PSD, “que se identifica com a medida e acha que ela é importante”.
Catarina Paramos deixou ainda uma positiva para o jovem tenista das Caldas, Frederico Silva, que venceu em Setembro uma prova júnior do Open dos Estados Unidos, na variante pares. Trata-se de uma prova que nunca nenhum português tinha ganho. Também Artur Correia, da Junta de Freguesia da Foz do Arelho, reforçou a congratulação do êxito obtido por Frederico Silva, destacando que o atleta “cada vez mais engrandece o nome deste concelho e desta cidade”.
Também a Câmara já aprovou um voto de congratulação a Frederico Silva, quando se consagrou vice-campeão da Europa e também quando foi o primeiro português a chegar uma final de um open de ténis. “É um jovem caldense e um excelente aluno”, disse Tinta ferreira, destacando que a autarquia fez vários protocolos com o tenista, comparticipando nas suas deslocações ao estrangeiro que contribuíram, decisivamente, para chegar ao actual nível.
Nesta Assembleia foi também aprovado por unanimidade um voto de pesar pelo falecimento do escultor Eduardo Loureiro e do professor Miguel Montenegro de Andrade, que descobriu as grutas de Salir do Porto.
De acordo com o presidente da Junta, Abílio Luís, este professor catedrático de Mineralogia e Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto foi um “bom amigo” do concelho das Caldas da Rainha. Os deputados aprovaram ainda um voto de restabelecimento do médico ex-deputado municipal, Fernando Ferreira, que foi vítima de um acidente.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt






























