O momento em que se soube que o PS tinha ganho em Tornada e Salir do Porto | Isaque Vicente
Na sede do PS havia grande expectativa em relação aos resultados e cerca de 30 militantes e simpatizantes que por ali passaram demonstraram isso mesmo. A ansiedade era notória, mas com o avançar da noite percebeu-se que nas Caldas os socialistas sofriam uma derrota, porque, apesar de vencerem na União de Freguesias de Tornada e Salir do Porto, não conseguiram acompanhar a tendência nacional e eleger o terceiro vereador na Câmara.
Portáteis, telemóveis, tablets, televisões, são hoje indispensáveis no acompanhamento da noite eleitoral | Isaque Vicente
Por volta das 19h30, na sede do PS, já estavam 15 pessoas. Ainda não havia resultados e a ansiedade era visível: alguns não se sentavam, outros batiam o pé e havia também quem roesse as unhas.
A situação da Catalunha, os cabelos brancos que a campanha trouxe e as sondagens de Lisboa são temas que se falam, enquanto os apoiantes comem pão com chouriço feito por uma militante socialista. Desta vez na sede, além dos dois ecrãs ligados na SIC e RTP, havia comida e bebida.
Fica tudo em suspenso quando o candidato à Câmara, Luís Patacho, recebe uma chamada, mas não são resultados. Esses começam a chegar pouco depois, ainda antes das 20h00.
De um momento para o outro a maioria das pessoas estão agarradas a telemóveis e computadores, com canetas e papel à mão. Começam a fazer-se chamadas e a anotar-se dados.
Pelas 20h25, e já depois de se saber que no Carvalhal Benfeito o resultado é bom mas não uma vitória, chega a informação de que o PS ganhou no Bombarral e festeja-se “um grande resultado”.
Mais gente vai chegando à sede e já há bandeiras. Pelas 20h45 é conhecida a vitória em Tornada e Salir do Porto. Ouve-se uma salva de palmas e sente-se o ânimo a subir nas pessoas.
Só que as derrotas em A-dos-Francos, Alvorninha e principalmente na Foz do Arelho voltaram a baixar as expectativas. Sobre a eleição de Fernando Sousa para a Foz comenta-se que se trata do “fenómeno Isaltino”.
As subidas em Santa Catarina e Nadadouro não chegam para adoçar a boca e a derrota em Óbidos aumenta o desapontamento.
A falta de resultados das Caldas no site oficial do Ministério da Administração Interna às 21h15 também não ajudava a resolver a ansiedade, mas as vitórias em Pedrogão, Ansião e Figueiró dos Vinhos voltaram a animar os socialistas.
Pelas 21h30 já se falava na sede do cenário que acabou por se verificar: a perda de um vereador do CDS para o PSD. Meia-hora depois, com dados oficiosos, já era certo que não havia possibilidade de um terceiro vereador socialista.
O desapontamento sente-se quando se sabe que o PSD venceu em Santo Onofre e Serra do Bouro. “Há a laranja do Algarve e a do Oeste”, ou “é da água das Termas…”, diz-se.
Pelas 23h10 Luís Patacho deu os parabéns, por telefone, a Tinta Ferreira. Os presentes felicitaram os eleitos – Jaime Neto é o outro vereador na Câmara. “São quatro anos de trabalho que começam amanhã”, ouviu-se.
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“Aquém das expectativas”
O candidato à autarquia, Luís Patacho, disse que ficaram “defraudados” com os resultados que ficaram “aquém da expectativa, que era a vitória”.
Realçou a subida de cerca de 9% na votação e a vitória numa Junta. “Subimos na maioria das freguesias, mas não subimos o suficiente”, analisou Luís Patacho, notando que “o PSD subiu mais do que nós”.
O número um do PS disse que “as Caldas nunca tem vindo a conseguir acompanhar a subida do PS a nível nacional porque desde 1976 que temos um eleitorado extraordinariamente conservador” e quando um partido está muitos anos no poder é difícil de reverter, seja onde for e com as cores que for.
Sobre os votos do MVC, o candidato acredita que “alguns votos regressaram ao PSD, outros vieram para nós, por ventura mais para o PSD”.