O PCP apresentou Ana Rebelo e Isilda Roberto como cabeças de lista às freguesias urbanas caldenses. A apresentação teve lugar durante a Festa de Verão realizada na Foz do Arelho, que teve como convidado Ângelo Alves, da Comissão Política do Comité Central daquele partido. Num evento realizados junto à margem da lagoa, foi este plano de água o tema central da intervenção do candidato do PCP à Câmara Municipal, José Carlos Faria, que falou nos problemas de poluição e assoreamento.
Ana Rebelo encabeça a lista candidatada à União Freguesias Nª Sra. do Pópulo, Coto e S. Gregório. Engenheira química e professora de profissão, Ana Rebelo é habitué nas listas do PCP, tendo sido já por duas vezes cabeça de lista à Câmara das Caldas e deputada quer na autarquia, quer na Assembleia de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo.
Para a União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, a candidata é Isilda Roberto. Mediadora de seguros de profissão, também já fez parte das listas do PCP e pertence actualmente à Assembleia de Freguesia de Santo Onofre.
Vítor Fernandes, dirigente do PCP nas Caldas da Rainha, apresentou as duas candidatas, mas não sem antes reforçar o repúdio dos comunistas à fusão de freguesias, que não vai servir o interesses das populações.
Poluição directa no braço da Barosa
Aproveitando o cenário de “uma das mais belas lagoas da Europa”, José Carlos Faria, candidato à Câmara, focou neste ecossistema a sua mensagem aos militantes presentes na festa. Falou de problemas que se arrastam há décadas, como sucessivas dragagens que nunca têm segunda fase. É altura de terminar com isto e de dar à aberta as condições que ela reclama e que são imprescindíveis, notou.
Falou também dos problemas de poluição na zona do Braço da Barosa. A ETAR não tem capacidade para tratar sequer metade dos esgotos das Caldas da Rainha, observou, acrescentando que a estação do Nadadouro “despeja directamente para a lagoa”. Estas duas questões, disse, devem-se a um laxismo escandaloso de 30 anos de gestão do PSD.
Ainda no sector das águas, José Carlos Faria receia que a dívida dos municípios à Águas do Oeste seja um pretexto para a privatização da empresa responsável pelo abastecimento de água, um cenário que o seu partido vai combater.
O candidato criticou ainda o actual modelo económico do concelho, centrado na construção civil, que teve como resultado um perfil urbano lamentável, marcado por três mil fogos desabitados, construções interrompidas, abandonadas e vandalizadas.
José Carlos Faria aposta na recuperação do que considerou os três pilares tradicionais no concelho: cerâmica, termalismo e comércio. Qualquer um deles está gravemente posto em causa perante o desinteresse dos responsáveis autárquicos, alertou, considerando que é fundamental relançá-los, assim como a agricultura, “que foi absolutamente desprezada” no concelho, referiu.
Do programa do PCP faz parte a defesa da Linha do Oeste, que o candidato considera fundamental para desenvolvimento da cidade e da região.
Ângelo Alves, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, falou sobretudo do momento político do país para fazer um balanço negro do que o partido apelidou de Pacto de Agressão, aludindo ao programa do Governo e da troika.
Falando do endividamento, do défice – mas principalmente do desemprego e dos cortes nos salários e nas pensões – o dirigente disse que ontem já era tarde para correr com este Governo.
Ângelo Alves acredita que a crise entre os dois partidos do Governo resultou da luta das classes trabalhadores e que será essa luta a derrubar o executivo. Acusou ainda o PS de estar mais preocupado com as autárquicas do que em constituir uma alternativa governativa e deu ainda o exemplo da gestão exemplar das autarquias do PCP demonstrando que este não é só um partido que crítica, mas que também sabe fazer.
Joel Ribeiro
jribeiro@gazetadascaldas.pt































