A Linha do Oeste é o “parente pobre” da política do distrito de Leiria diz candidato do PDR

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PDRUma comitiva do Partido Democrático Republicano (PDR) deslocou-se de comboio, entre Leiria e as Caldas da Rainha, na manhã de 19 de Setembro, para alertar para o “estado de abandono” em que se encontra a Linha do Oeste. A acção de pré-campanha seguiu depois pela cidade com a distribuição de panfletos e informação sobre o partido.
O cabeça de lista por Leiria, Fernando Gonçalves, está satisfeito com a adesão da população às propostas do partido e acredita que poderão eleger dois deputados pelo distrito.

Sábado, 10h55. O comboio vindo de Coimbra dá entrada na estação das Caldas da Rainha. Nele, entre outros passageiros, vinham oito elementos do Partido Democrático Republicano (PDR). Seis deles, incluindo o cabeça de lista pelo distrito, Fernando Gonçalves, entraram em Leiria. Outro entrou no Valado dos Frades e outro em S. Martinho do Porto.
Uma comitiva discreta, apenas perceptível pelas t-shirts brancas com o símbolo do partido e o nome Marinho e Pinto a preto, que era aguardada por mais cerca de uma dezena de elementos na estação das Caldas para dar início a uma arruada pela cidade. Antes ainda houve tempo para uma foto de conjunto em frente à estação e ultimaram-se os preparativos no carro de apoio à campanha que, segundo Fernando Gonçalves, “está a correr muito bem, com muitas pessoas a juntarem-se a nós”.
O cabeça de lista do PDR quis vir às Caldas de comboio para mostrar como a linha do Oeste está “quase ao abandono”, facto facilmente comprovável pelo “estado de degradação em que se encontram as locomotivas”. Fernando Gonçalves considera que a Linha do Oeste é o “parente pobre da política do distrito de Leiria e é-o, inexplicavelmente porque o distrito de Leiria tem sido dominado e, tantas vezes amarrado, por políticos do Oeste”. Realça que esta linha poderia ser um factor de desenvolvimento “extraordinário” para a região, tendo em conta o número de possíveis passageiros e empresas que existem.
Referindo-se ao Metro do Mondego, de Coimbra, Fernando Gonçalves diz que não tem nada contra aquele projecto, mas não compreende como se tenha investido nele e não na Linha do Oeste, que, “renovada e electrificada, teria um potencial de utilizadores muito maior”.
Fernando Gonçalves não poupa críticas aos políticos, sobretudo os do PSD, CDS-PP e PS. “O que é que fizeram por esta região nos 20 anos em que se têm andado a servir dos seus cartões políticos, das mordomias e dos seus lugares no Estado?”, questionou, sublinhando que “é ruinoso para a economia da região não se requalificar a linha” e que está na hora de esquecer as “querelas políticas” e, em conjunto, lutar pela defesa desta infra-estrutura.
Entre a entrega de panfletos e muitos cumprimentos – Fernando Gonçalves foi durante vários anos director distrital da Segurança Social – a comitiva chega à Rua das Montras onde, por momentos tem que dividir o espaço de campanha com a coligação Portugal à Frente, que também ali apelava ao voto.

“Não temos 5 milhões de euros para a campanha”

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A Praça da Fruta foi a última paragem antes do almoço, com o candidato a ouvir algumas reclamações dos vendedores sobre a situação do país. Para Fernando Gonçalves este é um lugar “muito valioso” e um ex-líbris da cidade, pelo que fez questão de “homenagear os agricultores e vendedores que se levantam de madrugada de ali estar com os seus produtos”.
Nas Caldas, o cabeça de lista do PDR por Leiria defendeu ainda que Portugal e a Europa têm que “assumir a sua responsabilidade” relativamente aos refugiados até porque a “Europa tem que responder pelos autênticos crimes cometidos contra esses povos, aos quais sugou o petróleo e diamantes e teve altos interesses económicos”. De acordo com Fernando Gonçalves, os refugiados não vêm à procura de uma vida melhor, mas de centros de acolhimento para terem “comida e evitar a morte certa e a Europa não pode, depois de tantas maldades que fez aquele continente, pura a simplesmente dizer que agora não entram”. Também a região pode e deve acolher refugiados, acrescentou.
O elemento do PDR acredita num bom resultado no distrito, com a eleição de dois deputados. Isto apesar de não ter os meios e o dinheiro dos grandes partidos para fazer a campanha a fim de dar a conhecer as suas ideias junto da população.
“Não temos os cinco milhões de euros que o PSD dispõe para a campanha eleitoral ou os 4,2 milhões do PS”, diz Fernando Gonçalves, acrescentando que o carro de campanha é cedido por uma voluntária e que até os bilhetes de comboio para se deslocarem entre Leiria e Caldas foram pagos pelos próprios.
Assumem uma postura de combate à corrupção e garantem que a adesão está a ser boa. “As pessoas estão fartas e cansadas desta alternância podre, em que os partidos querem ir para o poder apenas para administrar mordomias, pouco se importando com os interesses das populações”, conclui o cabeça de lista pelo distrito.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

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