
Este ano o encontro reuniu cerca de 500 pessoas, oriundas de vários locais do país e repartiu-se entre o Céu de Vidro, a Mata Rainha D. Leonor e o CCC.
Quem passou pelo Céu de Vidro teve oportunidade de conhecer ou reencontrar produtos vindos directamente da Guiné, como o arroz biológico, que é a base da alimentação naquele país. Mas encontrou também a mandioca, manfafa ou o inhame, tubérculos utilizados para a alimentação, mas que possuem também propriedades medicinais. Por exemplo, o inhame é rico em vitamina D e que pode servir para fortificação óssea. “Quando bem estudado e utilizado com critérios médicos, pode ser útil para a saúde, no combate à osteoporose”, explicou Augusto Mansoa, presidente da Associação Cultural e Recreativa dos Naturais e Amigos do Oio.
Este dirigente é cirurgião no hospital caldense e nasceu em Mansoa, onde passou a primeira infância, até que foi para Bissau prosseguir os estudos. Aos 18 anos, veio para Portugal para tirar o curso de Medicina.
Em exposição estiveram também frutos silvestres, desconhecidos para a maioria dos portugueses, como a cabaceira, o veludo e o fole, este último rico em vitamina C e útil para combater as gripes, mas também as células cancerígenas.
No sábado e domingo foi confecionada uma refeição com galinha guisada com óleo de palma e carne de vaca com caldo de amendoim, que fizeram as delícias dos convivas que se juntaram na Mata Rainha D. Leonor.
A festa acabou pelas 21h00, mas antes ainda houve uma passagem de modelos e a actuação exclusiva do grupo de dança da Associação Mon na Mon, no CCC.
Foi a primeira vez que o encontro se realizou na Mata. “É um local muito agradável e amplo para as pessoas poderem estar”, caracterizou o presidente da Associação, que alugou o espaço ao Centro Hospitalar Oeste Norte, assim como o Céu de Vidro, por cerca de 500 euros. Um valor inferior ao cobrado em eventos congéneres porque a utilização daqueles espaços foi mais curta.
Este ano a organização deu mais relevos aos produtos típicos naturais que, “se forem bem estudados, podem contribuir de sobremaneira para melhorar a alimentação da população guineense”, explica Augusto Mansoa, destacando que aqueles produtos vieram directamente da Guiné Bissau.
Este convívio foi o encerrar de um ano de actividades da associação que conta com oito anos e possui cerca de 200 sócios. O seu principal objectivo é mostrar a “outra face da Guiné, que não é um país só com problemas, mas onde existem pessoas que querem que ele vá para a frente”, faz notar Augusto Mansoa, destacando que este desenvolvimento só será possível através da educação das pessoas e conhecimento das potencialidades do país.































