Que cidade esta! A que foi fundada pela minha prima Leonor, a verdadeira, a excelsa Rainha D. Leonor. Ai se ela soubesse…
Proto-políticos falhos de arrojo, velhos de ideias tomam conta dos Paços… Tratam da vidinha, do seu futuro, enquanto culpam as bactérias.
A cidade murcha, as manifestações são pindéricas, os balões desincham e não sobem.
Entre banhos turcos e águas de bacalhau conluiam-se interesses, trilham-se caminhos esconsos, com pretensões, por um lado de atingir Loures e, por outro, de agradar a Lisboa, deixando para segundo plano as caldas águas.
E quem almeja a Loures, como se vai embora, está-se nas Tintas!
As vozes dos manifestantes soam envergonhadas enquanto as paredes gritam impropérios.
Ai se ela soubesse…
A minha prima era uma gaja porreira. Gostava dos pobres e enfastiava-se dos ricos e dos alcaides, particularmente dos que punham as mãos no Tesouro…
Tinha vistas largas e não gostava de medíocres cavaleiros enfeudados no sistema.
Alguns autores de dislates públicos actuais ficariam tolhidos de medo implorando clemência perante Leonor de Portugal…
Vou ali já venho…
Leonor Tornada
leonor.tornada@gmail.com
































