
Tudo está em saldos permanentes, cruzados com produtos brancos, como que envergonhados do nome e da identidade… Tempos de crise, há que ser pragmático, e o futuro está hipotecado à banca. É triste mas é a vida. As caldas já não vendem, e a rainha ainda menos, dirão os partidários do 2 em 1. Dirão os que, numa lógica de champô com amaciador, avidamente concentram e prolongam papéis nas câmaras e assembleias… Numa azáfama hiperactiva, que pelo bem da cidade, pouco (nada?) faz.
Mas lá falar, fala-se, e muito. Abrem-se inquéritos, organizam-se comissões e debates. Só que os discursos e os projectos, são como ilhas desertas emergindo das negativas rotundas, plantadas nos buracos negros das estradas…Puff!… Não fica nada. Numa espécie de magia ao contrário, o espanto é quando a coisa não desaparece e persiste…Um hospital que servisse realmente as necessidades da região…Puff!… Um projecto para a recuperação e renovação das Termas e do Hospital Termal… Puff! Puff! Puff!…O inquérito do gasóleo camarário… e etc. e etc. e etc…
Enjoadamente, a culpa morre sempre solteira… Mas os palanques pesam de autodenominadas vítimas e cabalas, em ressacas de holofote e verbo masturbatório.
Ai que nem os clássicos nos valem… A humana misericórdia, por cá convenientemente, com o brando aroma a Lalanda, serve de chamariz de votos, num vício em circuito viciado. O Vasco e o Gonçalves, revolucionam-se numa busca do tempo perdido, mas recusam a proustiana introspecção. E nem os nobres homens ousaram sonhar com o rapto das sabinas… A Oeste, nada de novo…
Pois é, isto nem futuro, nem futurismo. Lembram-se do progresso que não se podia parar? Pois a máquina encravou, há quem diga que é da correia de transmissão, está partida e necessita ser mudada. Entretanto ameaça ruir de vez, numa altivez vaidosa de marfim, qual Babel de narcisismos palavrosos, em que já nem os próprios acreditam.
As paixões, claro que são literárias, mas são luxos que se pagam caro, e depois tem que se tratar da vidinha, certo?Ou então, não!
O Termal lá está, magnífico e imponente, a fervilhar de história, memória e águas malbaratadas. E é tão lindo aquele bocadinho de cidade… Até quando?
Vou ali já venho…
Leonor Tornada
leonor.tornada@gmail.com

































