A propósito do período que acabámos de viver, Natal e Passagem de Ano, dizer aos jovens caldenses, que há cerca de 20 anos circulavam pelas ruas das Caldas da Rainha milhares de visitantes, é uma imagem que deve ser mal entendida, certamente. Mas é verdade, não foi miragem, pois, para além da atração do forte Comércio Tradicional da época, havia estruturas de apoio, que passavam muito pelos estabelecimentos de hotelaria, restauração e diversão noturna que existiam por todas as freguesias, com destaque para o Nadadouro, Foz do Arelho e Salir do Porto, que provocavam uma dinâmica inimaginável, principalmente de jovens.
Mas aquilo que perdemos, foi bem aproveitado pelos concelhos vizinhos que conseguiram organizar-se e criar eventos que, hoje, são marcas ao nível nacional, como é o caso de Óbidos, Nazaré e Sº. Martinho do Porto e atraírem milhares de pessoas de vários locais do país. Por isso é muito importante que no nosso concelho os responsáveis autárquicos reflitam muito e selecionem bem as estratégias a seguir porque a continuar assim, vamos ter muitos problemas no futuro.
Dentro daquilo que se fazia anteriormente, é importante provocar as pessoas a visitar as Caldas da Rainha onde se poderá ver a Praça da Fruta agora requalificada e colorida, mas sem candeeiros e com bancos “design”, o Hospital Termal e a Igreja de Nossa Sr.ª do Pópulo, apesar de abandonados pelo Estado são sempre uma referência obrigatória por serem a origem da cidade, bem como a louça da Fábrica Rafael Bordalo Pinheiro, o Parque D. Carlos I, sempre agradável e calmo, onde se destaca a imponência e o atual estado de degradação dos Pavilhões e a beleza do Lago com os famosos “pavões das caldas”, não esquecendo a variedade dos Museus, com é o caso do José Malhoa, da Cerâmica, do Hospital e do Ciclismo, passar pela ESAD e Centro Cultural e se tiver tempo ver um espetáculo. De seguida, deve visitar o Nadadouro, passar pela estrada marginal para ver a serenidade da Lagoa de Óbidos, e se for possível tomar um revigorante banho de mar na Foz do Arelho e seguir a estrada para Salir do Porto, onde poderá observar as Berlengas e a vista maravilhosa para o mar. Se quiser optar pela bicicleta ou um passeio a pé, todo este local convida a fazê-lo com segurança. Quando estiver cansado há bons e variados restaurantes, bares e cafés com esplanadas para se alimentar e recuperar da fadiga e/ou do stress.
Após o regresso a casa, para atenuar a mágoa da despedida, tal foi o prazer do passeio, poderá saborear pelo caminho uma cavaca, uns “beijinhos” ou até mesmo uma trouxa-de-ovos. E para ajudar a passar o tempo, tem a possibilidade de ver as peças que adquiriu, como é o caso das caricaturas do Constantino, o presépio do Mestre Herculano Elias, ou divertir-se com os bonecos articulados do Bordalo, da “Mama das Caldas” da Maria José Rocha ou de algum “jogador de futebol”, conforme as preferências clubísticas. Para terem uma ideia mais precisa do que é História das Caldas podem ir a folhear o livro “As Caldas de Bordalo” da Isabel Castanheira ou a “Praça da Fruta” de Carlos Querido, só para nomear as mais recentes obras produzidas. Mais tarde vai sentir, certamente a necessidade, de querer ver mais, mas aí só há uma solução, é regressar, repetir a visita e descobrir outras (muitas) situações, que foi impossível ver desta vez.
Mas para fazer tudo isto, onde se pode estacionar o carro, perguntarão alguns mais atrevidos? Por favor, não me façam perguntas difíceis, que não sei responder, neste caso só me limito a falar do roteiro, apesar de todos sabermos que as acessibilidades são fundamentais para concretizar tudo o indiquei.
Como se pode verificar, visitar as Caldas da Rainha, pode encher as pessoas de satisfação e deste modo, contribuir, pelo movimento que produz na economia, para aumentar a riqueza da região, do PIB e ajudar a diminuir a dívida. Deste modo, ter o nosso concelho bem planeado, organizado, com as estratégias adequadamente definidas e a realização de eventos marcantes, contribui para ter as pessoas contentes, optimistas, com maior auto-estima e para o desenvolvimento da economia local e regional. Visitar as Caldas é, assim, um bom sinal de produção da riqueza nacional. Haja quem perceba o que se está a dizer.
































