É já no dia 22 de setembro que ocorrerão no Museu José Malhoa a inauguração da exposição “Um Médico na Grande Guerra. Fernando da Silva Correia” e o lançamento do respetivo catálogo, bem como se realizará o colóquio que a acompanha. Se a exposição torna público um património documental e fotográfico inestimável, o colóquio valerá pela reunião de importantes investigadores, num conjunto diversificado de abordagens e de temas relacionados com o período histórico em causa.
Este projeto tem sido realizado por uma equipa de associados ativa e empreendedora, de quem é justo salientar a competência e o rigor colocados em todas as fases da sua prossecução, cientes da importância de uma realização que visa contribuir decisivamente para aprofundar o conhecimento da temática em causa: a participação de Portugal na Grande Guerra e a vida de Fernando da Silva Correia. Esta equipa, a que tenho a honra pertencer, é composta pelos associados Dóris Santos, Fausto Vicente, Joana Beato Ribeiro e Rita Sáez, a quem muito agradeço na qualidade de Presidente da Direção da associação Património Histórico.
Por outro lado, esta exposição não seria possível sem a colaboração da família de Fernando da Silva Correia, com destaque para a Doutora Natália Correia Guedes, sua sobrinha, que disponibilizou fotografias, cartas e objetos expressamente para esta ocasião, para além de ter doado (já há vários anos) à associação Património Histórico um relevantíssimo núcleo documental de seu tio.
Para além de ter sido um dos fundadores da Gazeta das Caldas, Fernando da Silva Correia foi seu colaborador assíduo durante toda a vida. Publicou regularmente artigos sobre a Rainha Dona Leonor, o Hospital Termal, entre outros temas relacionados com a História e o Património Local. Fazendo jus à situação descrita, pudemos contar com o apoio da Gazeta das Caldas a este projeto de homenagem a Fernando da Silva Correia, de que a publicação destas crónicas é exemplo.
A memória é um bem precioso, que deve ser estimulado se queremos construir sociedades saudáveis e comunidades ativas e conscientes da sua própria identidade. Há uma consciência patrimonial que é necessário desenvolver e valorizar. Estar na posse deste acervo é uma mais-valia para as Caldas da Rainha, mas também para o país, pois o percurso de Fernando da Silva Correia em muito extravasou os limites da cidade e do concelho, atingindo nível nacional. É através do estudo aturado de casos como este que se descobrem as bases empíricas que permitem chegar a teses e a conclusões históricas de caráter mais geral mais rigorosas, porque baseadas em documentos válidos e diversificados.
No caso da exposição “Um Médico na Grande Guerra. Fernando da Silva Correia”, a dimensão pessoal, familiar, local conjugam-se e refletem a situação mais abrangente do Portugal dos anos de 1918 – 1919, e da situação internacional em que o país se inscreveu ao participar na Grande Guerra. Estamos perante o testemunho de alguém que captou em imagens reveladoras de grande qualidade técnica e de grande sensibilidade pessoal uma realidade que vai muito para além da dimensão histórica local e nos conduz à reportagem de um acontecimento marcante da história da Europa e do Mundo de há cem anos.
Isabel Xavier
































