Trata-se do primerio livro da nova colecção «cadeRnos suRRealistas sempRe» dirigida por Maria Estela Guedes.
Claudio Willer (n.1940) foi presidente da União Brasileira de Escritores entre 1988 e 2004.
Poeta, ensaísta e tradutor, é também psicólogo e sociólogo. Os seus poemas neste livro integram epígrafes de Julien Gracq, Rimbaud, Henri Béhar, Novalis, Herberto Helder, André Breton e Mário Cesariny, o que revela um grande conhecimento do surrealismo por parte de um autor que já em 1965 escrevia algo como isto: «Tudo o que escrevo se dirige a um só tipode público, muito difícil de definir – o uso de palavras como «marginal» ou «rebelde» arrisca rotular ou cristalizar o que é muito mais dinâmico e complexo. Na realidade trata-se de pessoas portadoras de alguma monstruosa deformação espiritual, como uma ferida mal cicatrizada que as torna mais sensíveis a certos estímulos.»
Esse texto de 1965 antecipa o do século XXI colocado na página 7 do livro no sentido em que interroga o intervalo entre a vida e a morte: «POESIA PICTÓRICA; VISUAL: SIMBOLOGIA DA ÁGUA Quando a praia onde você está é sentida como real unicamente por / trazer a lembrança viva dos cheiros, claridade e ruídos da / outra praia onde você esteve, muito tempo atrás /quando nada mais resta a não ser a impressão de que viver foi inútil / e de que morrer é algo totalmente idiota.»
(Editora: Apenas Livros «apenaslivros2@gmail.com», Revisão: Luís Filipe Coelho, Capa: Maria
Tomás, Direção: Maria Estela Guedes)

































