Um Livro Por Semana 223 – «Vida e obra de Raul Brandão» de Guilherme de Castilho

0
755

Guilherme de Castilho (1912-1987) estudou as obras de Bergson, Eça de Queirós, António Nobre e Raul Brandão. No caso presente são 536 páginas sobre este «filho e neto de homens do mar» que em 1891 se inscreveu na Escola do Exército «por vontade do pai e para não desgostar a mãe». Cedo concluiu que «quem vivesse cem anos chegava, pelo menos, a major».
Raul Brandão (1867-1930) teve uma profunda ligação à Natureza («Construí a casa, plantei as árvores, minei as águas.») e ao jornalismo («Trabalhei sempre nos jornais») mas num incidente com anarquistas no Pátio do Salema ouviu estas palavras inesquecíveis: «Se quer ser escritor, fale dos pobres».
Entre jornais e revistas a lista é longa: «Correio da Manhã, O Imparcial, O Dia, Jornal da Manhã, Diário da Tarde, República, O Universal, O Liberal, A Crónica, O Século, Revista Ilustrada, Brasil-Portugal, Revista Nova, Serões, Gente Lusa, Teatro e Letras, Ilustração Moderna, Revista de Hoje, Revista de Portugal, A Águia, Seara Nova, Portucale e Claridade».
Sobre a sua obra afirmou: «Não sou um escritor. Sinto a dor humana, a amargura dos seres, vazo-as em figuras. Eu não sou um literato». Terminamos este convite à leitura citando Guilherme de Castilho: «Se na literatura portuguesa há escritor que tenha nascido sob o signo da indisciplina mental, da impossibilidade temperamental de se integrar em qualquer escola, de aceitar qualquer forma preestabelecida de expressão, esse escritor é, sem dúvida, Raul Brandão».
(Editora: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, Capa: Armando Boaventura)

 

- publicidade -