
José Luiz de Almeida e Silva
Sobre qualquer realidade, para agir estrategicamente há que definir um foco e concretizar desafios, como defende o vice-almirante Gouveia e Melo, responsável pela operação logística anti-covid. Se pensarmos em Caldas podemos encontrar vários focos, mas interessa definir aquele que possa ser mobilizador e compreensivo pela maioria do público-alvo.
Assim, podemos pensar nas Termas, razão da fundação, no comércio e na Praça da Fruta, resultado de uma certa coincidência de atividade económica, na cerâmica devido a uma circunstância original da cidade e reforçada no final do séc. XIX por Bordalo, na Lagoa de Óbidos, no clima do Oeste, etc. Contudo, ainda hoje, quando em qualquer programa de televisão se fala das Caldas, logo se observa um sorriso maroto.
Em Hannover na Alemanha, foi criado um Museu dedicado ao Humor e à Sátira, que, como os seus responsáveis referem, acontece apesar “da incapacidade de os germânicos rirem”. Contudo, foi a forma como a cidade quis criar uma atração que pode atrair os visitantes de forma criativa.
Outro exemplo é da cidade montenegrina de Pljevlje, em que também a criação do Museu de Humor de Sátira e Caricatura, deixou a população envolvida, para promover o espírito e a cultura “sem armas, bandeiras e guerreiros” na península balcânica marcada pelo sangue de tantos conflitos.
Intriga-nos a dificuldade sentida para tornar verdadeiramente visível, concreto e permanente um foco deste tipo, que facilmente chegava ao alvo, sem grande custo em “vender” a ideia à população.
Aproxima-se a inauguração da estátua de Bordalo Pinheiro e do Zé Povinho, com uma localização verdadeiramente peculiar (ao invés do busto do criador escondido no final da rua Andrade do Parque D. Carlos I) e a realização de mais uma edição do World Press Cartoon. Que dificuldade em aproveitar estas pérolas para um salto maior?
































