Agradeço ao meu amigo José Carlos Faria a resposta, com que me sinto lisonjeado, relacionada com a entrada do futuro hotel dos Pavilhões, pelo Céu de Vidro. É um facto, que convergimos em diversas temáticas da política local, mas não é o caso do termalismo, de tal forma que podemos mesmo dizer que estamos nos antípodas. Aliás, alguma coisa estaria errada se estivéssemos de acordo em tudo, convenhamos.
Isto é sinal de que vivemos numa democracia nos permite concordar aqui e discordar ali, manifestando as nossas opiniões publicamente, com a imprensa livre e aberta, que nos permite, como a Gazeta, ter estes debates.
Conhecendo de antemão a posição do JCF e do PCP, sobre a questão da entrada do hotel ser ou não ser pelo Céu de Vidro e do seu eventual uso ser público ou não, fiquei a perceber que as discordâncias são mais radicais, com severas críticas ao próprio programa Revive, com o qual concordo e que por acaso foi uma criação deste governo PS/BE/PCP. Afinal trata-se de reconhecer a incapacidade do Estado para cuidar do seu património e criar mecanismos para que outros façam o que o Estado não sabe fazer. Neste caso, isso ficou demonstrado ao longo de tantos anos de desinvestimento e de desprezo, não apenas pelos Pavilhões, mas pelo património Termal em geral. Mas discutir esta questão não leva a lado nenhum, porque o Revive é uma realidade, está implementado e já agora, fiquei muito feliz e pensava eu que todos os caldenses tinham ficado felizes, pelo facto dos Pavilhões do Parque terem sido integrados no programa e irem ser reabilitados para fins turísticos.
Mais, o protocolo assinado entre o Estado central e o Município, para concessão do património Termal, prevê que ele possa ser sub-concessionado e isto não tem nada a ver com o programa Revive, não confundamos portanto a opinião pública e como tal, através de concurso público, há um grupo empresarial, a Visabeira, também proprietária das Faianças Bordalo Pinheiro, interessado em recuperar e reabilitar o conjunto constituído pelo antigo Casino -Casa da Cultura e os Pavilhões do Parque e dar-lhes uso, como hotel.
Ambos os edifícios são património do Estado em igual medida, ambos estão abrangidos pelo protocolo de concessão ao Município e onde o José Carlos Faria vê, não existe de facto nenhuma apropriação indevida de espaço público, porque a concessão é legal, foi sujeita a concurso público, visto e aprovado pelo Tribunal de Contas, o património não deixa de ser do Estado. Há um grupo privado que vai investir e reabilitar e no final da concessão, as mais-valias lá criadas ficam para o Estado.
O Estado entrega ruínas e recebe em troca, no final da concessão, um hotel. Simples e transparente. Não há portanto nenhuma privatização, sejamos corretos.
Facto: os vários governos desta nação, mais à esquerda e mais à direita, incluindo o atual, descartaram o património termal das Caldas.
O programa Revive, está implementado e bem. É passado.
A concessão do património termal, foi feita pelo anterior governo e sancionada pelo atual e bem. É passado.
O concurso público para concessão dos edifícios, foi feito e bem. É passado
O que lá vai lá vai, olhemos em frente.
Quando o Estado não estorva, o mundo pula e avança.
Passar o tempo a olhar para trás, limita-nos a capacidade de projectar o futuro.
Paciência tem o investidor, em esperar “ad eternum” por um processo que faz perder a paciência a um santo.
Obviamente, tal como o Estado não teve, nem tem, também o Município não tem capacidade financeira para uma obra desta envergadura. Facto intransponível.
Já abundam por aí e continuam, obras e investimentos sem retorno, que ficam depois a onerar futuras gerações de caldenses, em endividamento e mais manutenção, sendo muitas vezes, o seu funcionamento e salários, alimentados por subsídios do próprio Município, porque não têm capacidade para se autossustentarem. Sou contra isto.
Temos finalmente uma oportunidade.
Sim, sou a favor da concessão desde que tudo seja legal e é.
Sou a favor da entrada do hotel pelo Céu de Vidro.
Despachem lá o processo de aprovação do hotel.
Que as obras decorram tão céleres quanto possível.
Que a cidade ganhe uma unidade hoteleira, que seja uma atração de turistas e que com eles dinamizemos a economia local, é a única coisa que me interessa.
Um abraço ao José Carlos Faria, porque a democracia e a liberdade são lindas e boas, desfrutemos delas.
Não desperdicemos mais tempo.
Sim, ainda o Céu de Vidro e o hotel
- publicidade -
































