Zé Povinho sempre teve uma certa preferência pela adopção de processos mais expeditos e menos burocráticos para a resolução de processos litigiosos que não implicassem a utilização dos meios judiciais pesados, que certamente devem estar reservados para questões mais complexas e controversas.
Era uma forma de se economizar meios e recursos e tornar mais eficiente a aplicação da justiça nos casos mais complicados, evitando que esperem nos tribunais meses, anos, quando não acontece a sua prescrição pela ultrapassagem de todos os prazos, mesmo que muitas vezes resultem de manobras dilatórias de alguma das partes.
Quando há cerca de seis anos foi criado em Óbidos o primeiro Julgado de Paz do Oeste, notou-se uma melhoria na resolução dos pequenos casos e tal deveu-se em parte à grande diligência do município obidense, como do ministro da altura, Alberto Costa. Infelizmente o modelo de gestão e de financiamento deste Julgado viria a penalizar aquele município que se viu a braços com grande parte do custeio do seu funcionamento.
Com este governo a redinamização do processo da criação dos Julgados de Paz sofre um novo impulso, cuja experiência inicial vai ter lugar no Oeste, em que é criado um único Julgado de Paz agora com sede no Bombarral, e com delegações em cada um dos restantes concelhos que compõem a comunidade intermunicipal, servindo um universo de 362 mil pessoas e com financiamento partilhado entre os municípios e o Ministério da Justiça.
Estiveram bem na resolução desta questão a ministra Francisca Van Dunen e o Dr. Pedro Folgado, presidente da Câmara Municipal de Alenquer e primeiro responsável político pela OesteCIM, em nome de todos os municípios.
Zé Povinho espera que acordos deste tipo se sigam entre o Estado e as associações de municípios para que a operacionalização das políticas se faça com a maior transparência e eficácia, diminuído as inércias e os custos de contexto das medidas centralistas em que Portugal tem vivido desde tempos imemoriais ou medievais.
Zé Povinho não gostou da decisão displicente e pouco responsável do ex-Presidente da Comissão Europeia, o português Durão Barroso, que ao abandonar aquele cargo em representação de Portugal e com uma pensão principesca, decidiu aceitar um convite de uma das instituições financeiras internacionais mais desprestigiada e controversa.
Pode bem dizer que “se é condenado por ter cão e por não ter”, mas provavelmente o país que lhe proporcionou aquela nomeação europeia mereceria um pouco mais de consideração e de respeito, para evitar que fosse considerado interna e externamente como um oportunista que está sempre à espera de quem dá mais, sem qualquer preocupação deontológica ou de ética cidadã.
A Goldman Sachs, que é a proprietária da Goldman Sachs International, instituição financeira para a Europa de que Durão Barroso vai ser o presidente não executivo, tem tudo para merecer a desconfiança de toda a gente decente, pois grande parte da crise financeira que se abateu sobre o mundo depois de 2007, teve-a como destacado protagonista.
É acusada de ter um papel fundamental nessa crise financeira juntamente com o Lehman Braders e quejandos, tendo ainda ajudado a esconder a dívida da Grécia que provocou o desencadear de forma violenta da crise na Europa, que atingiu de seguida Portugal e outros países.
Os portugueses têm outro ditado oportuno que pode caracterizar bem a atitude do Dr. Durão Barroso: “Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és…” Ironicamente, o Presidente da República afirmou que o senhor Dr. Barroso tinha atingido “o topo da vida empresarial”, homem a quem não foi conhecida na sua carreira ao longo da vida qualquer cargo empresarial.
Poucos foram aqueles que conseguiram não criticar a decisão do cherne, como foi ternamente denominado pela sua esposa numa campanha eleitoral (e que é um peixe robusto, cabeça grande e mandíbula proeminente, que se alimenta de crustáceos e de outros peixes), mas como muitos disseram, daquele lado pouco se esperaria de melhor, a não ser somar cifrões. E Zé Povinho não está com inveja. Apenas tem pena e desprezo por aqueles que se batem exclusivamente por mais dinheiro e para isso não encontram limites.




































