
Foi com pouca surpresa que Zé Povinho tomou conhecimento dos resultados das autárquicas das Caldas da Rainha para a Câmara e Assembleia Municipal, em que as lideranças se mantiveram e até se reforçaram.
No caso de Óbidos, o debate organizado pela Gazeta das Caldas demonstrou a fragilidade do principal candidato da oposição, que deveria defender a votação de há quatro anos mas que não se mostrou à altura desse desafio. Assim o Eng. Humberto Marques, por várias contrariedades que tenha vivido no seu mandato, nomeadamente pelas alegadas e desmentidas questões financeiras, mostrou-se dentro dos dossiers e conseguiu ganhar a eleição em todas as freguesias para a Câmara e Assembleia Municipal (não tendo tido a mesma unanimidade nas eleições para as assembleias de freguesia).
Também o candidato do PSD nas Caldas da Rainha, Dr. Tinta Ferreira (que começa a ser já veterano nestas andanças pois antes de presidente foi vários anos vereador com o seu antecessor), conseguiu vencer e reforçar a sua votação recolhendo parte dos votos dos independentes de 2013.
O PS aguentou a votação, mas não passando dos tradicionais dois vereadores, enquanto o CDS perdeu o vereador que tinha conquistado há dois mandatos, de nada lhe valendo a arma secreta que apresentou para apoiar o vereador combativo.
Num país em que o PSD sofreu uma razia inesperada (ou esperada de certa maneira), este partido conseguiu resistir bem, tanto nas Caldas como em Óbidos, o que para Zé Povinho merece um destaque.

Há meses que Zé Povinho não tem perdoado ao ex-primeiro ministro, Dr. Passos Coelho, as suas constantes e reiteradas faltas de bom senso no debate político.
Até parece que a sua ascensão a primeiro-ministro em 2011 foi um engano e que o seu desempenho controverso (mas em que eram menos visíveis as suas incoerências e incongruências), permitiu-lhe sair-se de uma forma airosa e ganhar as eleições em 2015.
Mas o sortilégio de uma geringonça que inesperadamente se constituiu depois desse acto eleitoral, criando uma oportunidade que poucos vislumbraram como possível, veio mostrar as suas inconsistências e a falta de traquejo político e de estratégia de acção.
Nem a bandeira de Portugal, que teimou em continuar a utilizar na lapela depois de ter perdido o poder a favor da aliança até certo modo espúria e nunca antes tentada, lhe deu algum sentido das realidades.
Assim nunca perdeu aquele sentimento de ingratidão pelos portugueses lhe terem virado as costas maioritária e crescentemente, agora posto a nu com os resultados das autárquicas e especialmente das suas escolhas nos grandes centros urbanos.
Provavelmente irá queixar-se amargamente todo o resto da sua vida pela ingratidão de muitos portugueses, porque não percebeu ainda que os fretes que fez à troika em muitos momentos, eram exagerados e despropositados criando um divórcio profundo com o país.
A situação que ele viveu no passado domingo não se deseja nem a um inimigo, pois foi pungente e, como alguns comentadores mais atrevidos disseram, só ele não tinha percebido que já estava politicamente morto há muito. Mesmo assim à hora que Zé Povinho escreve, ainda parece que quer pairar pela vida do PSD até ao próximo congresso em vez de deixar o caminho livre aos novos candidatos a ressuscitar o partido.
Se o fizer será mau para ele e principalmente para o PSD, que não merece continuar a decair paulatinamente sem ninguém pôr termo ao estado comatoso de que saiu das autárquicas.
































