Semana do Zé Povinho – 26/02/216

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Gerentes copiar GerentesInvertendo uma tendência que se tem acentuado nos últimos anos nas Caldas da Rainha, do continuado abandono da indústria, uma sociedade alemã com fábricas em vários países na área do tratamento de lixos, escolheu a Zona Industrial para instalar uma unidade com tecnologia de ponta servida por robots.
Apesar de ter criado um número pequeno de postos de trabalho (alguns de elevada intensidade tecnológica na área da soldadura de precisão), este projecto mostra o potencial que tem e a rede de empresas com que se tem de relacionar, quer a montante quer a jusante, para responder a oportunidades de um mercado global em crescendo.
Zé Povinho admira a argumentação destes empresários, que contrariam os profetas da desgraça e que explicam a que se deve a sua opção por Portugal, não escondendo a competitividade do mercado da mão de obra, mas mesmo assim elegendo outros argumentos como a perfeição e a fiabilidade dos trabalhadores portugueses, cujas características eles já conhecem das suas fábricas na Suíça.
A esta escolha também não será alheio o facto de conhecerem bem a região e de um deles ter uma residência no concelho das Caldas, junto à Lagoa de Óbidos, onde razões de outro tipo o aconselham nesta opção.
Zé Povinho felicita Peter Alpinger e Hans Peter Holl e só espera que as autoridades autárquicas caldenses aprendam no que têm de fazer para captar novos investidores que criem emprego altamente qualificado, beneficiando dos recursos endógenos existentes, mas também da qualidade de vida que a região lhes oferece.
Não basta vender metros quadrados para construir uma fábrica, por muito importante que isso seja. É preciso vender uma ideia de desenvolvimento económico sustentável e equilibrado, cujos investidores e trabalhadores possam viver em equilíbrio com o meio ambiente.

borisanddave1 borisanddave1 copiarAlguns ingleses, especialmente certos líderes partidários, são pessoas complicadas que adoptam com frequência comportamentos estranhos em relação aos povos que os circundam, e em especial, quando isso toque a projectos de cooperação transnacional.
O criador de Zé Povinho, Rafael Bordalo Pinheiro, já há dois séculos se confrontou com idêntico comportamento dos ingleses aquando do Ultimatum, não lhes tendo perdoado a sua arrogância quando agarrou na figura do John Bull e a transformou num penico em cerâmica.
Tanto o actual primeiro-ministro, David Cameron – que hoje já defende a manutenção do Reino Unido na União Europeia, depois de umas negociações cínico-teatrais com os restantes países europeus -, como o contrário e candidato ao seu lugar à frente do Partido Conservador, Boris Johnson, reeleito presidente da Câmara de Londres, representam duas faces da mesma moeda.
São gente com reduzido espírito europeu e em que os cidadãos europeus, de boa fé e que se entregaram de alma e coração à construção do projecto político mais idealista que evitasse novas guerras, não podem confiar.
Talvez o feitiço se vire contra o feiticeiro e o artifício eleitoral para baralhar as últimas eleições e queimar o Partido Trabalhista seja uma armadilha em que involuntariamente os ingleses vão cair.
E se no referendo de Junho sobre a permanência do Reino Unido na UE, por razões inexplicáveis, o voto da saída ganhar, talvez o castigo dos ingleses ultra-cépticos seja assistir à saída das principais empresas e instituições financeiras, bem como a convocação de novos referendos para a saída dos escoceses, gauleses e irlandeses do próprio Reino Unido.
Diz o povo que o último a rir é quem ri melhor, pelo que tanto Cameron como Johnson, podem estar a brincar com o fogo e no final saiam ambos queimados, bem como aqueles que foram atrás deste jogo.
Zé Povinho está solidário com muitos ingleses que gostam de viver nas terras portugueses e que não têm aquela menosprezo pelas gentes do continente, e sabem apreciar o sol e a qualidade de vida e de comida de Portugal, e certamente também detestam as actuais lideranças insulares.

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