A Semana do Zé Povinho

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Gazeta das Caldas

Gazeta das CaldasO videomapping, ou seja, projecções audiovisuais em grandes edifícios com a ajuda de potentes projectores, têm percorrido Portugal para grande espanto do público.
O Colectivo Reaction AV (audio visual) propôs-se organizar nas Caldas um evento internacional intitulado A-mor-phous, em que reuniu jovens especialistas de mais de uma dezena de países, para realizarem uma experiência didáctica neste domínio, permitindo colocar em confronto as experiências que cada um dos convidados fazia do edifício que foi escolhido.
Para além de várias sessões de formação e de workshops que decorreram durante os três dias do evento, no último dia – sábado – e a horas infelizmente já um pouco tardias (para não haver conflito com outros eventos que havia nesse dia nas Caldas), foram apresentados vários trabalhos de videomapping  sobre o edifício do Balneário Novo do Hospital Termal.
Para quem assistiu foi um espectáculo muito interessante e que permitiu conhecer as técnicas e o potencial desta nova corrente de expressão artística, que valoriza simultaneamente o património construído como a própria técnica do videomapping.
Apesar da iniciativa não ter mobilizado muitas pessoas das Caldas da Rainha, estão de parabéns os principais responsáveis do Colectivo Reaction AV, Marco Telmo Martins, Cláudio Sousa e Isa Araújo, que mostraram como é possível criar espectáculo com o património urbano e monumental da cidade. Zé Povinho espera que tenham ficado raízes entre os portugueses que participaram no acontecimento.

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Se a geringonça (aliança à esquerda) em Portugal parece minimamente funcionar, a engrenagem que tem gerido o país nos últimos anos, com os tradicionais e ancestrais defeitos dos portugueses, apresenta de vez em quando as suas deficiências  e, às vezes, com pesados custos.
Nos últimos meses o país até parecia que respirava de novo, com a saída do procedimento por défice excessivo, o anúncio da saída das finanças nacionais do lixo, uma certa acalmia nos conflitos sociais, a que se juntava a ideia de que Portugal estava na moda para os turistas e para os mercados tecnológicos de todos os continentes.
Mas em pouco mais de duas semanas a nódoa voltou a cair no pano e veio a descobrir-se que, afinal, em certos sectores cruciais, como a segurança e a defesa, as mazelas não tinham sido curadas e que as facturas a pagar dos anos da troika eram grandes, deixando outra vez o país a viver um drama existencial.
O grave incêndio na zona do Pinhal (concelhos de Castanheira de Pêra, Pedrogão Grande, Figueiró dos Vinhos e outros confinantes), provavelmente fruto de situações inesperadas e imprevisíveis, também mostrou uma dose de desorganização e de improviso tão típica dos portugueses e que até então se tinha conseguido esconder em situações menos graves.
Dias depois o assalto aos paióis de Tancos, trouxe Portugal à triste realidade, fruto de várias falhas na segurança dos mesmos.
Como dizia uma militar de média patente, parece que nestes acontecimentos quem “vai ser responsabilizado é o mexilhão”, mas como em tudo, todos têm uma quota parte das culpas e grande parte das causas já vêm de trás. Seja na forma como foi adquirido o SIRESP ou se organizam as várias forças para combater os fogos, ou como as populações gerem as florestas, seja como as Forças Armadas vivem com orçamentos cada vez mais baixos, a história parece ter as mesmas raízes.
Simbolicamente há tendência para levar as culpas até ao D. Afonso Henriques, mas Zé Povinho responsabiliza os quatro principais líderes do Estado Português dos último anos. Não está a isentar os anteriores, nem a culpar estes como os principais responsáveis, mas tanto Cavaco Silva e Passos Coelho antes, como agora Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, devem assumir as responsabilidades pelo funcionamento da engrenagem, que tem como peças os dez milhões de portugueses que ao longo da História recente fizeram o país naquilo que é de bom e de mau.
Em momento de crise todos alijam a carga do capote, mas fica bem, que as mais altas figura do Estado assumam a responsabilidade por todos os portugueses.

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