

Zé Povinho aprecia as iniciativas da sociedade civil, especialmente nas pequenas comunidades rurais, em que o esforço tem de ser abissalmente maior para atingir resultados idênticos às das comunidades urbanas, que conseguem juntar logo milhares de participantes para o mesmo efeito.
O exemplo dado pela população da freguesia de Alvorninha, bem como pelos dirigentes e associados da sua Associação para o Desenvolvimento Social para construir um lar de idoso, é bem significativo.
A obra parece exemplar e quer minorar a fase derradeira da vida de muitas pessoas, evitando um declínio com menos condições de apoio domiciliário ou assistencial, dignificando todos da mesma maneira num período que ainda é muito difícil atravessar para muitos.
A própria população, comparecendo em massa à inauguração, quis apadrinhar a obra e verificar o trabalho realizado por alguns carolas, que souberam persistir no objectivo final, ao longo de vários anos, mesmo sem os apoios habituais do Estado Central.
Zé Povinho faz uma forcinha para evitar que este importante investimento (parte do qual sustentado num empréstimo bancário) possa gerar o retorno desejável e encontrar das autoridades da Segurança Social os mesmos apoios que são dados a todos os investimentos semelhantes.
Por isso, Zé Povinho felicita todos os alvorninhenses e a sua Associação de Desenvolvimento Social por esta nova infraestrutura, esperando que a mesma possa também beneficiar do êxito que o Mercado de Santana conquistou e onde possam ser promovidos alguns dos trabalhos que os idosos mais viçosos consigam fazer nos seus tempos livres.

Não bastava a infeliz ideia de anunciar uma meia modernização da linha do Oeste. A metade que era para ser modernizada continua em banho maria. Algures numa gaveta da Infraestruturas de Portugal (ou numa pasta de computador) há-de haver um putativo projecto de modernização da via férrea entre Meleças e Caldas da Rainha. Um projecto que ninguém viu, que não foi anunciado nem apresentado, mas que, supostamente, está a aguardar por uma avaliação ambiental a fim de, depois, ser lançado um concurso público.
Esta é a tese do governo. Assim o diz o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Dr. Pedro Marques, que afiança que a linha do Oeste entrará em obras no seu mandato.
Zé Povinho, porém, desconfiado como é, desconfia que …desconfia. É que são muitos anos a ouvir falar desta promessa sempre adiada e por isso está como São Tomás: ver para crer.
E as razões para esta desconfiança começam logo nos prazos anunciados e não cumpridos. A calendarização apresentada pelo próprio ministro em 2016 anunciava que o projecto da linha do Oeste já deveria estar em fase de construção em finais de 2017. E afinal nem sequer se conhece o projecto.
Para remendar a coisa, o Dr. Pedro Marques anunciou para 2018 umas obras de desnivelamento de passagens de nível entre Meleças e Caldas. São bem vindas porque aumentam a segurança. Mas isso não é (ainda) a electrificação da linha, a qual tarda em materializar-se.
E neste rol de desconfianças, Zé Povinho tem mais uma: a ideia de fechar a linha do Oeste durante uma série de meses para fazer as obras não lembra ao Diabo. É caso para desconfiar ainda mais porque não seria a primeira vez que um governo (por acaso também socialista) fechou linhas para as modernizar e depois… nem obras nem linha.
Percebeu, Dr. Pedro Marques, as desconfianças de Zé Povinho?
































