A semana do Zé Povinho – 05/08/216

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Começam hoje oficialmente os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O povo brasileiro tem manifestado desagrado pelas dificuldades que esta mega-organização tem criado às finanças do estado fluminense e o atraso nas obras põe meio mundo a duvidar do sucesso que os Jogos vão ter. Ou não.
Mas em Portugal, e sobretudo para os oestinos, há uma razão a mais para estarem atentos às olimpíadas de 2016: é que esta será uma das edições em que a região vai estar representada por mais atletas. São nada menos que quatro, aqueles que têm origem ou uma relação directa com o Oeste e vão competir em três modalidades. Entre eles há um caldense de origem, João Pereira, jovem que tem efectuado uma carreira em ascensão no triatlo. Tem o melhor resultado de sempre de um português no circuito mundial, chega aos Jogos como o sexto melhor do mundo e quem sabe não consegue subir mais uns lugares.


Ao seu lado vai ter o beneditense João Silva, que vai para a segunda presença olímpica e também tem aspirações a um bom resultado. No badminton é Telma Santos, a primeira portuguesa a ganhar um jogo da sua modalidade nos Jogos. É de Peniche e tem afinidade com as Caldas, onde trabalha. Quem não nasceu na região foi a nadadora Victoria Kaminskaya, mas a recordista nacional nos 100, 200 e 400 metros estilos ganhou o direito à cidadania caldense pelos anos em que representou Os Pimpões e pelos resultados que alcançou ao serviço do clube da cidade.
São quatro boas razões para prender os caldenses às imagens e notícias que chegam do Brasil nos próximos dias.
Zé Povinho deseja-lhes as maiores felicidades, mas sejam quais forem os resultados já enchem de orgulho quem por cá fica, porque a região está bem representada na prova que reúne os melhores atletas entre os melhores.

 

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Zé Povinho quando olha para trás encontra uma insistência perturbadora e incisiva na escolha de alguns dos seus alvos preferidos. Assim, nos quatros anos em que a troika do FMI, UE e BCE, actuou em Portugal, esta foi repetidas vezes penalizada pelas suas intervenções inusitadas e muito prejudiciais para o país.
Fosse vivo o patrono desta figura amada dos portugueses – Rafael Bordalo Pinheiro, criador de Zé Povinho – e este certamente haveria de ter desenhado a troika mais do que uma vez num monte “junk”, ou seja, do lixo, figura preferida pelas agências de rating para cognominar as dívidas dos estados e das empresas.
Mas eis senão quando um organismo de avaliação independente do FMI, de seu nome Independent Evaluation Office (IEO), considerou que a troika “não anteviu a magnitude dos riscos” que Portugal (tal como a Grécia e a Irlanda) enfrentou durante a crise, concluindo que os programas português e grego “incorporaram projecções de crescimento demasiado optimistas” e por isso conduzindo as intervenções a ficarem aquém dos objectivos .
E é ainda esta comissão independente que vem reconhecer que “os mecanismos da troika subjugaram potencialmente os julgamentos técnicos do FMI a pressões políticas desde muito cedo”, o que justifica a falibilidade como actuaram em Portugal e as consequências nefastas que tiveram para os portugueses, bem como para outros povos europeus.
Apesar de alguns acólitos nacionais virem criticar o relatório, como o fez o governador do Banco de Portugal, a maioria dos outros seguidores não tiveram a mesma coragem. Mas Zé Povinho lavra aqui mais uma vez o seu protesto para tão incipiente e amadorística intervenção da troika, que no final teve um preço tão elevado em Portugal, como nos países intervencionados. Que fique na memória de todos.

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