Sebastião Salgado

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António Marques
Técnico de Turismo

Sebastião Salgado, que tantos trabalhos fez em Portugal, um País que amava como o seu, foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. A sua lente fotográfica que irradiava magia, evelou o mundo e suas contradições o pulsar da vida e o poder da ação transformadora.
Culturalmente multifacetado, porque para além da fotografia legou-nos uma obravescrita de referência, Sebastião Salgado era um ser humano de rara sensibilidade, que nos ajudada a sabero olhar para o que de mais belo, mais duro e mais cru que coexiste no nosso planeta.

Salgado documentou como poucos o período pós 25 de Abril de 1974 e os seus documentos são fonte de pesquisa permanente na busca da imagem mais impressiva.
Independentemente do génio do autor que deixa sementes na área social de rara profundidade, como Trabalhadores e Exodus, Salgado soube como poucos tomar o pulso a um paradigma que estava a terminar.

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Se o fotógrafo tinha a ambição de tocar os outros e partilhar as suas preocupações, a sua alavanca já não eram os jornais ou as revistas, mas sim os grandes livros e as expressivas exposições.

Salgado dirigiu bem a gestão da sua carreira e tendo alcançado um universo público mais vasto do que provavelmente qualquer outro fotógrafo da história.

O legado de Sebastião Salgado não se esgota portanto nas suas fotografias inesquecíveis.
A sua prática cultural transborda para um plano em que um Homem e o seu talento são postos ao serviço de um mundo que ele quer melhor e mais justo.

Uma célebre fotografia de Churchgate, o terminal da linha ferroviária suburbana de Bombaim, integra o livro e a exposição Exodus, “um trabalho seminal”, nas palavras do editor e fotojornalista da National Geographic Portugal Alexandre Vaz. Esta obra, que demorou mais de seis anos a construir, conta a história intemporal do exílio e da migração, cobrindo 35 países do mundo, incluindo a índia.

Partiu aos 81 anos, mas a sua Obra vai perdurar por muito tempo entre nós.

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