Na minha santa ingenuidade acreditei na bem elaborada mentira do 1 de Abril da Gazeta.
Estava na loja de Antiguidades de um amigo a mostrar a minha despedida ao Ferreira da Silva, publicada na Gazeta do dia das mentiras, quando um “cromo”, quase do “lúmpen”, me abriu os olhos para a putativa candidatura de Seguro à Câmara das Caldas ser afinal o «Poisson d’Avril” do J.L.A.S.
Eu tinha visto a oposição nas Caldas unida contra o poder absurdo que sempre mandou nos nossos destinos. Que tempos o daquele senhor “entertainer” dos congressos do PSD, que em directo pediu, para “molhar a palavra”: “não me dêem água, dêem-me vinho»!
Aliás o Dr. Seguro poderia, assim, iniciar um percurso paralelo ao do Dr. Costa da facada nas ditas.
É claro que as Caldas não são Lisboa, mas o caminho faz-se caminhando e seria a primeira vez que o PS teria um candidato credível, com dimensão nacional. A sua inserção local é sólida, a sua ligação a uma família caldense bem conhecida pela oposição à ditadura, garantiria uma aceitação nunca antes conseguida pelo PS local. Não conheço pessoalmente o Dr. Seguro, mas conheço muito bem a família da sua esposa, ainda há dias a senhora sua sogra me dizia que : “tinha andado comigo ao colo” e isso já foi há mais de 60 anos!?
Tenho que reconhecer, na minha ingenuidade, que também eu estranhei a tal facada, mas perante os factos sou como o “mon ami Mitterrand”: “la politique d’ abord”.
Depois de quatro anos de roubo de pensões e ordenados, sem uma única reforma estrutural, de venda ao desbarato das “jóias da coroa” a empresas do governo chinês, sem poupar um “clip” nos ministérios, com uma sujeição cega, mesmo ultrapassagem, às ordens de Bruxelas, sem atingir qualquer objectivo planeado, o que vivemos hoje é um tempo novo.
A frase “assassina” de Jerónimo de Sousa : “O PS só não é governo se não quiser”, fez regressar o país à Política e os comunistas à realidade.
Depois do “desvario socrático”, parecia que a “ingenuidade séria” do Dr. Seguro seria o caminho, mas não era.
Valha-nos antes o equilibrismo dos consensos do Dr. Costa que provou que a Política não acabou.
Em tempos de distensão, em que aquele senhor que dizia que: “para alguém ser mais sério do que ele tinha que nascer duas vezes!!?”, foi definitivamente atirado para o caixote do lixo da História, recordo o dito popular: “diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és”, para lhe apresentar: Duarte Lima, Dias Loureiro, Valentim Loureiro, Isaltino Morais, os “Caprichosos e “Fantasias” do seu mundo e Oliveira e Costa seu secretário de Estado do Orçamento, seu colega no Gabinete de Estudos do Banco de Portugal onde tudo se congemina. Este último senhor é o da “caldeirada” da Cerâmica Campos em Aveiro e já agora o do BPN das acções que Sua Excelência comprou para revender com lucros colossais apesar de não cotadas em bolsa.
Este “Poisson d’Avril” faz-me lembrar outro “peixe” da política portuguesa: “O Cherne” que depois de receber o país de “tanga”, o deixou nas mãos de Pedro Santana Lopes para ir receber “a boa moeda” como presidente da Comissão Europeia. Um ex. MRPP que ainda maoísta já se tinha precavido nas vindimas.
Voltando à terra, diz-se que :”Deus escreve direito por linhas tortas”. Assim, quem sabe, se não teremos um futuro mais seguro nas Caldas depois de anos de desvario inculto, urbanismo selvagem e delapidação do património por gente inqualificável e inqualificada.
J. Jorge Figueiredo Ferreira
































