Curtas
Ao aproximar-se a data de escrever esta crónica comecei a debater-me com dois problemas: primeiro, a escolha do tema, há tantos assuntos que gostaria de abordar que se torna difícil a decisão. Segundo, a dimensão da crónica, 3500 caracteres é um número difícil, é muito texto para um breve comentário a um qualquer assunto, é demasiado pouco texto quando se sente a necessidade de explicar e desenvolver.
Perante estes dois constrangimentos tomei aquela que me parece a melhor opção (pelo menos por agora), transformar a crónica num conjunto de notas soltas – necessariamente curtas para fugir à ditadura do espaço e ao mesmo tempo permitindo-me focar mais do que um assunto em cada semana.
Parabéns ao Senhor Presidente da Câmara pela posição assumida, na cerimónia do Dia do Professor, de não interferência do município na organização e funcionamento das escolas. Sou a favor de uma maior autonomia escolar, defendo que as escolas podem e devem adaptar os seus curricula às especificidades dos públicos alvo e dos territórios onde se inserem. Faz todo o sentido que exista coincidência entre as propostas de ensino e as estratégias de desenvolvimento local. É, por isso, importante um diálogo permanente entre a escola e as estruturas do poder local, mas esse diálogo não pode vir inquinado pela possibilidade das autarquias intervirem directamente na gestão escolar.
Sou figadalmente contra o novo acordo ortográfico. Agrada-me muito que o meu município, onde lhe é possível, mantenha a ortografia pré-acordo (aqui vai mais um elogio para a Câmara). Entristeceu-me profundamente a posição do meu Partido quando este assunto foi levado pelo PCP à Assembleia da República no passado mês de Fevereiro. Este é um assunto em que o Parlamento insiste em estar contra o sentimento da grande maioria da população e o parecer da maior parte dos nossos intelectuais e da academia. Abstenho-me de tentar perceber as razões porque elas certamente não são confessáveis.
Realizou-se no passado dia 27 de Fevereiro mais uma sessão ordinária da Assembleia Municipal. Tenho de perguntar o que anda a oposição a fazer? Efectivamente com excepção de um pedido do CDS,” Seca e medidas para poupança de água”, não há nenhum pedido de agendamento dos grupos municipais da oposição, não se descortina na actividade municipal da oposição uma única ideia construtiva para o Concelho. Parece que a Assembleia Municipal se está a reduzir à mínima expressão de órgão só com a função de aprovar administrativamente as actividades do executivo.
Infelizmente o tema proposto na Assembleia Municipal pelo CDS foi adiado, a ele voltarei depois de se realizar a respectiva discussão.
Como é já hábito, mais uma vez a Bloom Consulting publicou o “Portugal City Brand Ranking” para 2018. Para além da grande surpresa que foi a subida da Nazaré, há a reter dois factos importantes: a capital incontestada do Oeste continua a ser Torres Vedras, 21ª na classificação nacional e 5ª posição na região centro. Caldas mantém a posição de 2ª cidade do Oeste, estando na 43ª posição no ranking nacional e 9º no regional, sendo batida em todas as dimensões por Torres Vedras, que os analistas consideram ser uma melhor cidade para viver, visitar e fazer negócio. Relativamente à classificação de 2017, Caldas desce uma posição e Torres mantém, verificando-se assim uma tendência divergente entre os dois municípios, com vantagem para Torres Vedras. Como é nossa convicção que o potencial de desenvolvimento de Caldas não é inferior ao de Torres, gostávamos muito de poder vir a assinalar, no futuro, o esforço estratégico da autarquia em reverter esta situação.
João Diniz
joaodiniz@joaodiniz.pt

































