Dora Mendes
técnica de museu
Chega o verão e com ele as tão desejadas férias! Férias essas que, este ano, se assumem particularmente apetecíveis já que, depois de dois anos de medidas preventivas covid, finalmente nos é possível voltar a sentir aquela liberdade de outrora.
Fazem-se planos, criam-se expetativas, porque afinal tratam-se dos tais dias que, como por magia, por certo nos irão devolver o merecido descanso, a compensação por todo o esforço, o tempo disponível em família e amigos, ou mesmo individual, enfim… a felicidade que parece ficar sempre adiada pela azáfama do dia a dia.
No meio do êxtase quase esquecemos as crises da atualidade. Ou, por momentos, permitimo-nos deixá-las para segundo ou terceiro plano, numa quase esperança que esse distanciamento traga consigo a resolução das mesmas, ou a possibilidade de não voltarem a ser assunto no futuro.
O verão empurra-nos para o exterior! É tempo de luz, calor, vitalidade, expansão, comunicação e relações. É tempo de tratar emoções, de expressar o que sentimos e o que levamos em cada um de nós e, com isso, favorecer a nossa criatividade. E como precisamos dela na conjuntura atual!
Levemos por isso Saramago, recordando que “É preciso sair da ilha, para ver a ilha”.
Procurando que as férias, as viagens, novos mundos, culturas, experiências ou vivências sejam mais do que apenas efémeros momentos. Evitando que esses momentos se abreviem na perspetiva de serem apenas uma qualquer fuga ao cansaço do presente, e não se potencializem no ensejo de trazerem consigo algo maior.
Sair de nós e do contexto em que vivemos o dia-a-dia, colocando-nos em conjunções diferentes, permite-nos olhar de fora para dentro. Essa perspetiva tão salutar que traz consigo novas aprendizagens e, com isso, novas oportunidades de fazer melhor.
Aproveitemos o verão para que, dentro da mini ervilha que somos neste imenso universo, nos possamos expandir, aprender e criar muito daquilo de que vamos precisar para viver melhor mais um inverno.
Vivendo o verão na perspetiva de que se este nos impele a sair, o inverno trás consigo recolhimento. O regressar a “casa”, onde pertencemos, e onde nos iremos voltar a reencontrar com tudo aquilo que cada um de nós trás consigo.
Para que a saída seja sempre desejada, mas que o verdadeiro conforto se possa encontrar na expressão “Home Sweet Home”.
Já dizia a velha sabedoria popular que “o primeiro dia de agosto, é o primeiro dia de inverno”…
Boas férias! ■
































