Se é fake, não é news

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A campanha eleitoral para as legislativas está a chegar ao fim e, ao contrário do que sucedeu em atos eleitorais precedentes, a desinformação ficou, desta feita, de fora do combate político. Com exceção de algumas tiradas de certos candidatos, rapidamente desmentidas ou desmontadas, não se vislumbraram ataques cerrados ou fulanizados como foi prática noutras ocasiões e noutras latitudes.
Essa é, certamente, uma boa notícia para a democracia, pois revela que quem recorria a estes expedientes terá percebido que o engano raramente leva a um desfecho positivo, mas sobretudo que os cidadãos estão mais esclarecidos quanto às chamadas “fake news” e não caem à primeira rasteira.
Porém, torna-se cada vez mais importante reforçar a discussão sobre a literacia dos media nos bancos da escola, onde se formam os adultos do futuro. Já não se trata de convencer os jovens a ler jornais em papel, mas sim dar-lhes ferramentas para analisar a realidade mediática. Ainda na semana passada, dois jornalistas da Gazeta foram chamados a uma escola das Caldas para debater, precisamente, a questão das “notícias falsas”, numa boa prática que deve ser replicada.
Há, contudo, uma questão de base sobre a desinformação: se é fake, não é news. E se não é news, não tem o envolvimento dos jornalistas. Tal como em todas as profissões, os jornalistas cometem erros e lapsos, mas, porque obedecem a um Código Deontológico, devem reconhecer quando se equivocam e ter a humildade de pedir desculpa ao público que querem servir. Esse é o contrato entre as partes, que não pode, nem deve ser negociado.

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