
Maria João Orfão
médica interna de Medicina Geral e Familiar
Em Portugal, todos os anos cerca de 12 mil pessoas sofrem de morte súbita cardíaca. Diariamente são cerca de 27 casos, e as manobras de Suporte Básico de Vida (SBV) podem fazer toda a diferença, aumentando a probabilidade de sobrevivência.
A morte súbita cardíaca é uma evento inesperado causado por uma arritmia que evita que o coração bombeie o sangue adequadamente impedindo um fluxo adequado para o cérebro e para os órgãos vitais.
Existem fatores de risco como ter tido previamente um enfarte, a insuficiência cardíaca e as doenças cardíacas hereditárias e/ou do ritmo cardíaco. Porém existem doenças que causam morte súbita mas de diagnóstico difícil antes desta acontecer.
No entanto, quando identificado o risco de morte súbita, pode existir lugar para a implantação de um dispositivo denominado Cardiodesfibrilhador Implantável (CDI). Este é colocado debaixo da pele com a função de monitorizar o coração e se detetar uma arritmia maligna ele atua revertendo-a.
Sabendo que um quinto da mortalidade global se deve a eventos de morte súbita, a população devia ser detentora de formação em SBV para poder atuar na presença desta, uma vez que não escolhe local, hora ou data para acontecer.
A formação em SBV está à disposição da população e não só dos profissionais de saúde. Esta é possível através de empresas acreditadas para o efeito. O SBV integra um conjunto de manobras com compressões torácicas (cardíacas) e ventilações a fim da manutenção da vida até à chegada do socorro. Esta formação pode ainda ser mais completa com ensino da utilização do Desfibrilhador Automático Externo (DAE) o qual já existe em múltiplos lugares como centros comerciais, recintos desportivos e até mesmo em plena via pública e o seu uso aliado ao SBV pode ser a diferença entre a vida e morte.
A possibilidade de intervir e salvar uma vida pode estar nas suas mãos! ■

































