José Luiz de Almeida Silva
Impressiona-me o resultado a que chegou o pré-estudo sobre a localização do “novo” CHO bem como das bases que partiram.
Chamam-lhe qualitativo e de qualitativo não tem nada, ou pouco, não passando de um estudo quantitativo, que não observa o futuro quando o hospital estiver construído (se tal se verificar) e o período seguinte de 30 ou 40 anos em que vai estar em operação, nem sequer a evolução esperada no próprio sistema hospitalar nos 30 anos próximos anos.
O estudo simplifica-se com os dois principais critérios estabelecidos: população e distâncias. Esquece oferta atual do sistema de saúde (público e privado), omite fronteiras e outras ofertas, dá como que o modelo do sistema hospitalar se vai eternizar e que não vai haver alteração da oferta público/privada e do financiamento da saúde, não avalia as tendências da evolução populacional, etc., pelo menos.
Constrói-se um modelo da análise retrospetiva e não prospetiva, com soluções usadas e muitas delas ultrapassadas, que tecnológica e humanamente não satisfazem já hoje, quando mais para a próxima década e seguintes.
Tenho pena que se gaste dinheiro com tanta falta de critério e indiferença científica, encomendando-se estudos minimamente econométricos para avaliar questões qualitativas especialmente científicas, sociais, humanas e finalmente estratégicas, para uma região que se quer integrada numa Europa cada vez mais exigente e competitiva.
Entre muitas há uma ferramenta, geralmente estabilizada antes da realização destes estudos, que faz escola no mundo desenvolvido da análise multicritério com cenarização, que qualquer conhecedor da ajuda à decisão pública utiliza. No Oeste simplificou-se e mal. ■


































