
Tal como em baixo se pode ver como a burocracia corrói o funcionamento das organizações públicas, neste caso a demonstração é óbvia.
Desde 2005, ou seja, há já mais de uma década que dois contratenores, Luís Peças e João Paulo Ferreira, actuavam no Mosteiro de Alcobaça para deleite dos visitantes do monumento gótico património da Humanidade da Unesco.
A malfadada burocracia interrompeu aquela experiência e eis que um administrador de uma pousada, agora com gestão privada, toma a iniciativa de os convidar para realizarem o mesmo programa nas ruelas do Castelo de Óbidos, junto à Capela de Nª Sº da Piedade.
Esta iniciativa está a dar uma nova vida aquela parte do castelo e a criar um atractivo que surpreende agradavelmente os visitantes, que têm mais uma razão para levarem a vila de Óbidos na memória.
Está assim de parabéns o director da Pousada de Óbidos, Tiago Gonçalves, que tomou uma iniciativa que aos outros tanto demorou.
Zé Povinho congratulou-se há um ano com o Movimento Viver o Concelho (MVC) quando fez uma proposta sensata para juntar na mesma entidade as associações “municipais” CulturCaldas, ADJ.CR e ADIO.
É evidente que o voto formulado não era motivado pelos ordenados dos administradores destas associações, uma vez que estes desempenham os lugares de forma benévola, mas antes para melhorar a eficiência e até para poderem aproveitar serviços comuns evitando duplicação ou triplicação de funções.
Mas as Caldas e os seus órgãos municipais não são conhecidos pela sua rapidez e eficiência. Recorde-se outras situações, como a colocação dos anunciados parquímetros, o estacionamento para os autocarros de turistas, ou a utilização formal (e não à socapa como tem vindo a acontecer) ao fim de semana, do parque de estacionamento do CHO pelo comum cidadão.
Já lá vai um ano da proposta na Assembleia Municipal pelo MVC e aprovada por todos os grupos partidários presentes (mesmo com o voto favorável do partido maioritário) e até hoje o assunto continua deixado para as calendas.
A desculpa é sempre a mesma. Está-se a preparar os estatutos como se estes fossem tão importantes como uma constituição (e mesmo assim a Constituição Portuguesa levou apenas um ano a ser redigida).
Estranha-se ainda ao aviso dos autarcas, que por favor à Câmara estão a desempenhar aquelas responsabilidades com o risco de um dia poderem vir a ser penalizados pelo Tribunal de Contas.
Acham que “a nova entidade a criar terá que ser mais do que a soma das existentes”. No entanto, essa fusão deveria significar a diminuição de meios ou, mantendo-se os mesmos, o aumento da sua actividade, fazendo-se mais coisas pelo efeito das economias de escala.
O executivo camarário não fica bem neste processo pois até parece que receia decidir acerca do futuro dos três actuais directores das associações.
Este assunto deve ser resolvido muito antes das eleições que se aproximam e não deverá ser mais um problema chutado para o próximo executivo, seja ele qual for.


































