A Semana do Zé Povinho – 10/06/2016

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logo_siteTal como os alunos se podem distinguir por critérios diferentes da exclusiva avaliação numérica das suas prestações, também as escolas podem afirmar-se por outras razões diferentes das dos rankings escolares.

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Isto não significa desvalorizar os alunos e escolas que têm prestações científicas e académicas fora do comum e acima das restantes, mas permite valorizar também outro tipo de competências, que resultam da participação na vida comunitária, da solidariedade com outras entidades e pessoas, de trabalho em prol do semelhante, que dificilmente consegue obter valorização numérica.
O Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro, pela segunda vez, em anos consecutivos, tomou a iniciativa de realizar uma reconstituição histórica de um momento marcante da cidade da Rainha D. Leonor. No ano passado dedicou-a à fundação e este ano ao papel que o rei D. João V desempenhou para a afirmação e desenvolvimento das Caldas da Rainha.
Esta iniciativa escolar demonstrou aos caldenses que pode ser importante dinamizar e catalizar a cidade num fim de tarde de um dia primaveril, dando vida ao centro da urbe e criando um potencial de oferta para atrair um público qualificado que certamente cria valor e potencia emprego (o grande problema da região, do país e do mundo).
Estivessem atentos os responsáveis locais e certamente que encontravam aqui uma iniciativa, que a repetir-se (desta forma ou de outras) em alguns momentos do ano na cidade, rentabilizaria o investimento inicial e colocaria a cidade com mais atracção para o turismo que crescentemente escolhe o país.
Estão de parabéns mais uma vez alunos, professores, empregados, pais e encarregados de educação, bem como as entidades que localmente lhes deram apoio e proporcionaram as condições para a concretização desta iniciativa que demonstra que a Escola pode ser muito mais que um local onde apenas se aprendem conhecimentos científicos. Muitos vezes tão importante como estes, são os conhecimentos a nível da partilha de experiências, participação na vida das comunidades, capacidade de organização e de interacção com os outros, etc.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, até parece ser uma pessoa simpática para Portugal e não são as suas renovadas gaffes que lhe fazem perder esta imagem.
Contudo, a Zé Povinho parece-lhe mais um daqueles que se caracteriza por dar uma no cravo e outra na ferradura e que tenta escapar entre os pingos da chuva pelas questões em que ele está na origem ou pactua.
Por exemplo, no Luxemburgo, onde foi primeiro ministro e ministro das Finanças, esconderam durante muitos anos um tratamento discriminatória favorável para as grandes empresas mundiais para estas fugirem ao pagamento de impostos nos outros países da União Europeia.
Mas depois de ter sido eleito presidente da Comissão, Jean-Claude Junker tem alternado as suas afirmações entre apoios aos países menos desenvolvidos da União, com defesas cínicas da aplicação cega das regras.
Mais recentemente, apesar de ser conhecida a posição favorável manifestada contra a aplicação das medidas de penalização de Portugal e Espanha pelas sanções de deficit excessivo, não disse claramente que as mesmas não devem ser aplicadas.
E num lapsus linguae, quando instado a comentar o tratamento diferente que eventualmente pode penalizar Portugal e Espanha e deixar de fora a França que também excedeu a barreira dos 3% do déficit, confessou não ingenuamente que “a França é a França”. Ou seja, como dizia o outro “todos são iguais mas há uns mais iguais do que os outros”.
Zé Povinho gosta da União Europeia e achava que este era o projecto para a Europa mais encantador e mobilizador que foi criado nos últimos séculos. Mas igualmente pensa que, pelo andamento que estes dirigentes estão a dar às coisas, a maioria dos europeus pode vir a odiar este projecto.
Jean-Claude Juncker bem que podia inspirar-se na mestria da liderança de Jacques Delors para mostrar um rumo aos 500 milhões de europeus, mas, infelizmente, não tem essa sabedoria e, provavelmente, nem sequer tem essa vontade.

 

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