A semana do Zé Povinho – 17-08-2018

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Gazeta das Caldas
| D.R.

Uma unidade fabril num sector tradicional que se mantém em laboração por mais de seis décadas é um facto a destacar, ainda por cima em área de negócio que tem sofrido os efeitos drásticos da concorrência internacional.
Trata-se da empresa caldense Salgida, cuja história familiar a Gazeta das Caldas contou quando esta comemorou os seus 60 anos e que mostrou uma vida cheia de desafios e de objectivos alcançados, conseguindo ultrapassar os muitos escolhos que se foram colocando.
Recentemente perdeu o seu principal dinamizador, o Eng. Luís Pinto, pelo que agora está face a um novo arranque estratégico na sua vida empresarial, com a entrada de três novos sócios que vão investir quase 1 milhão de euros e que querem pôr a empresa a concorrer no mercado internacional em produtos premium, ou seja, de maior qualidade.
Com a marca Foz Cosméticos, o sócio maioritário António Lopes Pereira, mais os sócios Mário Fontemanha e Miguel Aguiar, vão apostar em artigos de cosmética à base de produtos naturais, como o óleo de palma, o azeite e a cera de abelha, seguindo as tendências internacionais e que lhes pode dar vantagens comparativas nos mercados de qualidade e com poder de compra mais elevado.

Igualmente este novo arranque da empresa vai passar por uma reorganização estrutural, que levará à duplicação dos trabalhadores para trabalharem em horário contínuo, permitindo ampliar em muito a capacidade produtiva.
Zé Povinho deseja os maiores êxitos a esta aposta industrial assente na qualidade e na diversificação, liderada por António Lopes Pereira, esperando que isso mostre a outros industriais e investidores a possibilidade de trazer para a região novos projectos que contribuam para a internacionalização da economia regional.

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[caption id="attachment_122580" align="alignleft" width="122"]zé | D.R.[/caption]

Os caldenses estão indignados e têm razão. O brilharete que o Caldas SC fez na Taça de Portugal de futebol na época passada não podia ter sido manchado por questões que eram, sobretudo, de bom senso.
Bom senso que a Federação Portuguesa de Futebol, o seu delegado ao jogo Caldas-Farense, João Almeida, e o Conselho de Disciplina não tiveram.
É principalmente isso – o bom senso – que está em causa na dureza dos castigos aplicados ao clube (multas pecuniárias, um jogo à porta fechada e impossibilidade de jogar no seu estádio em mais dois encontros). Dureza poucas vezes aplicada em situações idênticas, ou até piores, que se passam com demasiada frequência no futebol português e que envolvem clubes e competições que deviam ser bons e não maus exemplos para a sociedade.
Em vez de agir de forma exemplar quando dirigentes desportivos incitam à violência através de discursos inflamados, ou quando são utilizados engenhos pirotécnicos proibidos dentro dos recintos desportivos – que colocam em risco a integridade física de espectadores e jogadores –, a Federação prefere fazê-lo sobre espectáculos que decorreram de forma ordeira e que foram grandes jornadas desportivas que contribuíram para devolver ao futebol o seu cariz familiar. Punindo também um clube de dimensão pequena, mas que apesar disso fez um grande esforço para ter condições dignas para receber a festa da Taça de Portugal com a pompa que a competição merecia.
No fim de contas a Federação está a ser fraca com os fortes e forte com os fracos. Quase parece uma atitude de bullying.
Zé Povinho acompanha a revolta interior do povo caldense contra a decisão deste “sistema” cuja face é a Federação Portuguesa de Futebol. Mas, ao mesmo tempo, não pode deixar de destacar a elevação com que os adeptos do clube responderam, apoiando fortemente, e novamente sem qualquer tipo de comportamento negativo, no jogo à porta fechada com o Peniche, cantando sem parar de fora do estádio para que os seus jogadores se sentissem acompanhados, mesmo com as bancadas à sua volta vazias. Infelizmente quem não está a ter nível é… a Federação…

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