
Caldas da Rainha e Óbidos, cerca de 40 anos depois da primeira eleição democrática a seguir ao 25 de Abril reuniram-se formalmente para concretizar o desejo manifestado a seguir às últimas eleições em 2013 de trabalho colaborativo entre os dois municípios.
“Não há mal que sempre dure, nem bem que se não acabe” diz o povo na sua sabedoria milenar, pelo que Zé Povinho espera que no menos de ano e meio que falta para as próximas eleições autárquicas, se concretize este objectivo lógico e inteligente de pôr a cooperar dois municípios fronteiros e com fortes conexões a todos os níveis, desde o económico ao cultural e social.
Mas o que parece ser uma coisa boa tem sempre algo que deixa a desejar. Por razões que a razão desconhece, ambos os municípios apenas puseram a cooperar os vereadores com pelouro distribuído, em vez de terem uma visão de mais longo alcance, mobilizando todos os autarcas, bem com outras instituições e organizações dos dois concelhos para esse fim.
Provavelmente algumas já o fazem informalmente, mas se tal fosse constituído como um objectivo estratégico de ambos os concelhos, esta atitude cooperativa teria um efeito maior e multiplicador.
Vão longe os tempos em que ambos os concelhos viviam numa quixotesca guerra, por pequenas vitórias de ambos os lados, perdendo ambos nas grandes batalhas.
Zé Povinho saúda os dois presidentes da Câmara, Dr. Tinta Ferreira e o Eng. Humberto Marques, pela decisão que levaram por diante, esperando que não seja mais uma acção para inglês ver e que os resultados não passem de meros propósitos publicitários e de ocasião. E isto pode-se medir imediatamente pela forma como irão mobilizar todos os actores locais para os mesmos propósitos.
Os atentados de Bruxelas, como antes os atentados de Paris, com tudo o que se conheceu de desorganização entre serviços policiais nacionais, mostra que a Europa não tem uma politica de segurança coerente e eficaz.
Se para as questões económicas e financeiras tal já se sabia, fazendo sofrer muitas populações pelas políticas incoerentes ou penalizadoras para os países do Sul, desta vez o centro europeu está a ser fortemente penalizado pela insegurança e violência praticada por radicais enlouquecidos pelo discurso dos movimentos terroristas internacionais, como o Daesh.
É o próprio presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Junkers que acusa os Estados membros de passividade “pela demora na adopção das medidas acordadas depois dos atentados de Paris”, que facilitaram novo drama em Bruxelas, contando cerca de três dezenas de mortes e muitos feridos.
É inexplicável que não exista uma partilha de dados eficiente, mas respeitadora dos direitos individuais, que assegure a segurança dos cidadãos. No seio dos próprios países e entre eles, muitas vezes as polícias e as outras entidades de preservação da segurança não trocam informações que poderiam evitar as matanças que têm ocorrido nos últimos meses no coração da Europa.
Assim, permitem o crescendo de situações de medo e a emergência de movimentos de extrema-direita que pugnam pelo fim da Europa Comunitária e defendem o fim do projecto mais ambicioso e solidário que evitou a repetição dos conflitos armados no velho continente.
Por tudo isto, quer pelos problemas mal resolvidos a nível económico, financeiro e social, quer pelas questões da insegurança no espaço europeu, a Europa vai mal e exige dirigentes mais clarividentes e eficientes que impeçam a caminhada para um final mais trágico.
A semana do Zé Povinho – 01/04/2016
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