O caldense João Paulo Feliciano, como criador e mentor do grupo musical Real Combo Lisbonense, encerrou com chave de ouro o Folio – Festival Internacional de Óbidos, apresentando um espectáculo de homenagem a Cármen Miranda e, simultaneamente, associado aos 450 anos da fundação do Rio de Janeiro.
Zé Povinho apreciou bastante o vasto conjunto das intervenções que decorreram naquela vila durante os 11 dias do programa, tendo-lhe sido proporcionada a oportunidade de conhecer a produção artística e literária de mais de um milhar de criadores do mundo lusófono ali reunidos.
Provavelmente nunca em Portugal foi possível juntar durante um tão curto espaço de tempo tantos criativos, associados a uma iniciativa de um pequeno município, que contudo, periodicamente surpreende os portugueses, desta feita numa área difícil e em que existe grande protagonismo de alguns dos escolhidos, que mesmo assim quiseram responder à chamada.
Ao longo daqueles dias nomes grandes da literatura, da investigação histórica, do teatro, da intervenção política, música, da ilustração e de outras formas de expressão cultural vieram a Óbidos e contactaram directamente com o seu público. Zé Povinho teve pena de alguns espectáculos de grande qualidade que estiveram esgotados desde cedo pela exiguidade das salas, o que poderia ser minimizado se o âmbito deste evento fosse mais lato e se alargasse a outros pontos da região (aliás como a autarquia obidense defende).
Mesmo com o nome de Óbidos, hoje um valor de imagem seguro, não impediria que algumas acções fossem realizadas noutros pontos do território num raio de 10 a 20 km.
Esteve bem a autarquia obidense, bem como todos os seus patrocinadores e participantes no Folio, mas Zé Povinho destaca como exemplo, um talento polifacetado caldense, afastado da sua terra natal há muito, que trouxe a Óbidos um espectáculo de craveira internacional para fazer o encerramento do Festival. A presença do seu grupo permitiu um final feliz ao evento que reuniu o vasto mundo lusófono.
O Pres
idente da República, Cavaco Silva, não se tem cansado de apelar à necessidade de convergências e de diálogo entre os portugueses para a resolução dos problemas da política nacional, especialmente na sequência das eleições de Outubro.
Mas, pelos vistos, estes seus apelos restringiam-se a um número único de alianças e de convergência, com um só sentido. Na passada semana, em intervenção crispada aos portugueses, quis limitar as soluções de governo e empurrar obrigatoriamente a formação do novo governo num sentido apenas, que era o dele e o da sua área política.
Não anteviu que a sua atitude iria produzir o resultado completamente inverso ao desejado.
Poucos seriam os observadores que anteciparam a atitude do BE e do PCP em relação aos socialistas,indiciando uma convergência da esquerda em Portugal, pela primeira vez desde 1975.
Muitos temem que este alinhamento possa ser passageiro e que uma ruptura possa ocorrer no final da algum tempo de casamento. Mas outros reconhecem que tal se tornou inevitável depois de quatro anos de uma política isolacionista e autocrática.
O povo diz que “cá se fazem, cá se pagam”, pelo que os Drs. Passos Coelho e Paulo Portas não se podem admirar se tudo com a oposição for dar certo, pelos menos nos primeiro tempos do noivado.
Porém, Cavaco Silva não deverá nem poderá manter um governo de gestão até que o seu sucessor resolva o problema. E terá de engolir mais um sapo vivo, quando o derrotado António Costa lhe apresentar um governo com um apoio maioritário no Parlamento. A vingança terá de a servir nas memórias que publicar em 2016.

































