A SEMANA DO ZÉ POVINHO

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Gazeta das Caldas

É vulgar dizer-se que osobes jovens estão cada vez mais desinteressados e desiludidos com a politica, tanto em Portugal como no resto do mundo, mesmo nos países de maior tradição democrática.
Por isso, ver estrear-se na política nacional um jovem universitário caldense, como cabeça de lista distrital do Livre (um partido recente e emergente) na sequência de um processo de escolha aberto e feito de forma transparente, é um ponto que Zé Povinho admira.
Não é que as perspectivas que se lhe abrem sejam fáceis e muito optimistas, até porque aderiu a um partido pouco conhecido, fundado por activistas que vêm de outras formações e em que as hipóteses de uma grande votação não são muitas. Mas Filipe Mil-Homens, o cabeça de lista no distrito de Leiria do partido Livre, na entrevista que deu à Gazeta explica uma trajectória moderna para mergulhar nas lides partidárias, que passou pela participação nas redes sociais e pela adesão entusiástica que mostra a ideias novas.
A quanta distância está a sua ingenuidade – mas simultaneamente a sua genuidade! – em acreditar em palavras simples e distantes dos jogo mais comuns entre a velha geração da política nacional. Mobiliza-se pelo planeamento e pela sustentabilidade, enquanto outros se movem pelos interesses mais imediatos como o dinheiro no bolso e objectivos de curto prazo que os mantenham e defendam o stato quo.
Zé Povinho sente-se estimulado por estes novos candidatos, que parecem não estar convencidos de uma eleição fácil e ao virar da esquina, mas que vêm para a rua para motivar o interesse dos eleitores e discutir com eles os seus problemas.
Por isso deseja ao jovem Filipe Mil-Homens que este nunca venha a ter razões para se arrepender destas suas ideias simples e compreensíveis.

Só uma grande vontade de voltar onde se já terá sido provavelmente feliz na juventude, ou seja, há 40 anos, justifica o grande desejo do Dr. Ferndesceando Costa em ser candidato a deputado à Assembleia da República em finais de 2015.
Este caldense por adopção, que passa o tempo a dizer que não quer os lugares, quando chega o momento decisivo, marca sempre lugar para ser candidato a qualquer coisa.
Há cerca de quatro anos, quando se propôs presidir à Comissão Política Distrital do seu partido, o ex-presidente das Caldas bem planeou o objectivo final de voltar a ser deputado. E depois aceitou tudo: desde candidato à improvável eleição para presidente da Câmara de um concelho dos arredores de Lisboa (onde o seu partido nunca teve grande número de votos), vereador numa coligação espúria com o PCP que lhe deu um lugar numa empresa pública (agora privatizada, por decisão do seu partido e contra a sua vontade expressa), até à lista para o Parlamento Europeu em lugar inelegível.
Fez tudo bem, portou-se bem, não levantou grande polémica nestes tempos, até se aliou com os seus arqui-inimigos do seu partido Hugo Oliveira e Barreiras Duarte do Bombarral, para perder tudo na recta final.
Tentou em última instância que a vereadora que sempre lhe foi fiel desistisse em seu favor. Apresenta agora a factura desses “convites e ofertas” e não percebeu o que estava em jogo com os outros.
É triste estar a caminho dos 70 anos e não perceber que a geração seguinte, que está no poder do seu partido, estava a afastar todos os cotas invocando solidariedades que os mais novos desconhecem ou nem querem ouvir.
Não basta dizer que ganhou sempre e tudo, que é o dono das muitas maiorias, porque hoje as fidelidades são outras e as contas fazem-se no fim. Não aceitou as migalhas que lhe ofereceram a troco da sua desistência, e foi ingrato ao não perceber que esta geração já não o quer e tornou-o descartável, como qualquer indivíduo na idade da reforma.
Zé Povinho tem pena que o Dr. Fernando Costa tenha um final político nacional assim, mas foi ele que se pôs a jeito e bateu-se contra aquilo que era inevitável.

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