Zé Povinho reconhece a importância das várias colectividades que existem na zona e, por isso, hoje salienta um caso de associativismo e dedicação: Mário Santos, actual presidente da ARC Os Vilanovenses, de Vila Nova de Alvorninha, que foi um dos fundadores e o primeiro presidente daquela associação. Com pouco mais de 30 anos, presidiu a uma colectividade que tem promovido as actividades culturais, desportivas e recreativas ao longo de quatro décadas. Em 2004 a colectividade fechou as portas e, persistente, Mário Santos voltou para as reabrir, afastando-se depois quando a associação voltou à velocidade de cruzeiro. Mas a vida deste dirigente e a desta instituição viriam a cruzar-se novamente no último ano, quando um vendaval levou parte da cobertura das instalações. Com mais de 70 anos, este líder associativo não virou as costas à colectividade de uma terra que até nem é a sua (é natural dos Mosteiros). E tomou novamente as rédeas, mostrando que a vontade muitas vezes pode mover montanhas. Em Vila Nova, onde existem apenas cerca de 30 casas habitadas, aquela associação tem praticamente o peso de uma Junta de Freguesia e vê-la fechar seria deitar por terra o resultado do trabalho de 40 anos, um cenário que Zé Povinho lamenta se um dia se vier a verificar. Mas não é só em Vila Nova que falta quem se interesse por tomar as responsabilidades das associações. Este é um problema geral que afecta a maioria das colectividades, especialmente no interior do concelho. Daí que Zé Povinho enderece o seu ilustre reconhecimento, em representação de todos os dirigentes associativos, a Mário Santos e lhe deseje a continuação de um bom trabalho na dinamização de Vila Nova.
A Venezuela e os venezuelanos estão a viver um drama trágico cujas consequências são difíceis de medir e que está a despertar as mais variadas paixões num sentido ou noutro, mas que lançou o país no caos e em que não se vê saída a prazo. Nicolas Maduro, sucessor do general Hugo Chavez, tem-se arrastado desde a morte do segundo, através de expedientes para se manter no cargo, enfrentando o crescente levantamento duma população de 40 milhões de habitantes. Tendo perdido as eleições gerais para o Congresso, fez novas eleições em que criou novos órgãos que lhe são favoráveis, acabando o país por ter instituições a duplicar, orientando-se consoante as filiações dos seus elementos. A entrada de Trump e Bolsonaro nos apoios mais visíveis à oposição, contando Maduro com os apoios de Putin, Jinping e Erdogan, entre outros, envenena ainda mais o ambiente do país. A Europa e outros países mais moderados tendem a exigir soluções que começam por ser inviáveis no curto prazo e só com o agravamento da situação interna talvez se tornem inevitáveis, que é da pressão para a realização de novas eleições sob a fiscalização internacional. No entretanto a população sofre e muitos fogem para os países de origem, como os emigrantes portugueses, ou para os países vizinhos, ficando os outros a enfrentar uma situação de carência absoluta de géneros, medicamentos e segurança. Zé Povinho gostaria de conseguir fazer a quadratura do círculo e inventar uma fórmula que resolvesse aquela difícil situação, ainda por cima dum país com recursos, como o petróleo, que explorados inteligentemente podiam dar sustentabilidade à nação venezuelana. Mas geralmente riquezas como o petróleo em vez de ajudarem prejudicam porque alimentam ainda mais a sanha daqueles que exploram as fraquezas dos outros, vendendo armas e ilusões, deixando pelo caminho miséria e morte. Nicolas Maduro faria bem em ouvir os países e os líderes internacionais que equilibradamente propõem soluções mais sensatas que poderão passar por novas eleições com fiscalização internacional. De outra forma, as consequências deixarão o país irremediavelmente dividido e empobrecido.