A Semana do Zé Povinho – 18/03/2016

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ze_povinhoDizem os economistas especialistas na teoria do caos, naquilo que chamam o efeito borboleta, que o bater de asas de uma borboleta num dos pontos do globo pode provocar um tufão do outro lado do mundo, tentando sintetizar o efeito cumulativo de certos fenómenos inexplicáveis à primeira vista.
A luta lançada em Ferrel em 1976 por umas centenas de populares sem qualquer tipo de organização que lhe desse cobertura, pode ter tido o efeito descrito antes da borboleta.
Zé Povinho lembra-se que já se vivia em Portugal o período democrático, em que era impossível um Estado autocrático impor aquela construção, pelo que aquela movimentação popular teve algum efeito junto das populações locais e dos partidos ali implantados. Naqueles tempos ainda o PS trouxe a Ferrel o Ministro da Indústria para explicar os sortilégios da energia nuclear, mas foi desmentido e reenviado para Lisboa.
Quatro décadas depois algumas centenas de pessoas, a maioria de Ferrel, juntaram-se no passado Domingo para comemorar os feitos de 1976, tendo usado da palavra dois autarcas actuais: o presidente da Câmara de Peniche, António José Correia, e o presidente da Junta de Freguesia de Ferrel, Silvino João, que na época eram jovens agitadores do anti-nuclear que beneficiaram do apoio de cientistas não comprometidos como o Prof. Delgado Domingos, e que congregaram as populações naquele objectivo.
Hoje é fácil constatar que a existir uma central nuclear em Ferrel, teria posto em causa o processo de desenvolvimento económico que faz de Peniche um bom exemplo de um equilíbrio entre peixe e legumes de alta qualidade, e desportos sustentáveis e beneficiando das condições inigualáveis daquela costa.
Zé Povinho saúda-os pela generosidade e visão que tiveram, simbolizando os restantes concidadãos daquele concelho, entre os quais está também o inexcedível ferralejo Joaquim Jorge (a quem na altura se deveu a comunicação para o exterior) e que permitem hoje comemorar-se este acontecimento com significado nacional e internacional.

partidosJá nem importa qual foi o partido responsável. Todos têm culpas no cartório. Uns por terem querido ser mais papistas que o Papa. Outros por teimosia e falta de sentido democrático. Outros por pura omissão e esquecimento.
O que aconteceu nas duas últimas sessões da Assembleia Municipal das Caldas da Rainha com a confusão das comissões de acompanhamento não dignifica os seus elementos nem os partidos que representam. Em suma, não dignifica o órgão.
Primeiro propõe-se uma comissão de acompanhamento com um objectivo. É recusada pela maioria. A oposição faz birra e convoca uma conferência de imprensa. Trocam-se acusações e comunicados. Depois, na sessão seguinte descobre-se que afinal já havia – criada há um ano – uma comissão com idêntico propósito que nunca tinha saído do papel. E toca de a desenterrar para substituir a comissão que na semana anterior fora recusada.
Menos mal que houve algum bom senso: pelo menos aceitou-se ressuscitar esta em troca do enterro da ideia da outra.
Mas é triste que nenhum dos partidos tenha tido memória para se recordar da comissão que tinham votado e aprovado há um ano.

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