A Rua Heróis da Grande Guerra e uma outra solução

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Notícias das CaldasA realização de obras numa cidade acarreta, inevitavelmente,  perturbações a quem a vivencia. No caso de Caldas, os impactes sobre o comércio podem ter graves consequências. Medidas preventivas para minorar os impactes negativos eram muito importantes. Por exemplo no caso da circulação viária foi acautelada a construção por troços, que permite a menor interferência possível já que deixa sempre um percurso aberto. Mas não foi acautelada uma das mais importantes questões, a rápida execução das obras. Na adjudicação da obra deveriam ter sido estabelecidos prazos que fossem os mais curtos possíveis tecnicamente, deveria ter sido considerada a efectiva capacidade dos empreiteiros realizarem as obras dentro desses prazos, e estabelecidas penalizações monetárias em caso de incumprimento.
Mas hoje o que verdadeiramente importa é encontrar soluções que tenham ainda aplicação prática e que permitam efetivamente minorar os impactes negativos.

Um dos problemas parece ser a circulação viária, em especial para quem visita a cidade. Há dificuldades de orientação, dificuldade em conseguir chegar até algumas zonas centrais e em encontrar estacionamento (problema agora agravado mas que já existia antes do inicio das obras).
Como resposta a este problema, um grupo considerável de comerciantes propõe que se reabra ao trânsito a Rua Heróis da Grande Guerra. Não posso estar mais em desacordo. Aplaudo o esforço mas temo que seja um esforço que não procura identificar as verdadeiras razões dos problemas nem encontrar soluções úteis. Percebo as dificuldades que se vivem. Mas essas dificuldades devem ser uma razão acrescida para uma procura calma, sincera, e aprofundada de soluções. Pergunto:
– Se actualmente alguns visitantes se perdem e acabam por desistir e ir embora como é que abrir ao trânsito uma rua que liga uma entrada da cidade
directamente á saída pode ajudar a resolver o problema?
– Não existe estacionamento (nem tal é proposto, felizmente) ao longo desta rua. Como é que nesta situação alguém fará compras a circular dentro dum automóvel sem possibilidade de parar?
– Claro que existem diversos veículos que circulam por esta rua, mas será que a perturbação causada a quem percorre e procura desfrutar a cidade (os também potenciais compradores) é a mesma que será causada por uma circulação automóvel constante, com o consequente aumento da poluição atmosférica e sonora, e impedindo a tranquilidade de quem passeia?
– Então, qual a utilidade em reabrir esta rua ao trânsito?
Importante é que os visitantes tenham facilidade em chegar a um estacionamento razoavelmente próximo do local onde pretendem ir, para que depois os visitantes possam apreciar a cidade a pé, dinamizando o comércio.
Para tal seria útil um sistema de orientação desde a chegada á cidade até aos estacionamentos na zona central. Como:
1º – atribuir uma característica facilmente identificável e memorizável a cada parque de estacionamento (incluindo neste sistema tanto os parques de gestão pública como os de gestão privada/corporativa que se queiram associar). Por exemplo uma cor;
2º – nas principais entradas da cidade colocar painéis informativos com um esquema mostrando o posicionamento dos parques relativamente aos principais pontos/zonas da cidade (um esquema de fácil leitura, com os parques identificados pela côr, e assinalando os parques gratuitos);
3º – instalar sinalização de trânsito indicando claramente o percurso desse ponto até cada um dos parques (sinalização em todos os cruzamentos necessários, utilizando a côr para identificar a indicação para cada parque);
4º – durante o decurso das obras parte desta sinalização terá de ser amovível e constantemente reposicionada conforme a abertura/fecho de ruas/troços;
Nota sobre a sinalética existente: identificando os parques gratuitos não é necessário identificar os que são pagos. Mas no caso de se pretender fazer essa identificação a palavra Pago nunca deve estar em letras maiores do que a palavra Parque – o que se pretende indicar é principalmente a direcção do Parque e não assustar os condutores “gritando” Pago, especialmente porque o estacionamento em Caldas até é simpaticamente barato!

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Alexandre Neto

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