O padre Ricardo Figueiredo e a comunidade da Igreja da Usseira tiveram a iniciativa de retomar a tradicional celebração do São Pedro na Usseira. Para isso contaram com o apoio de muitas pessoas.
Tradição: “Algo que liga o passado ao presente”…
Todas as terras têm as suas tradições e há sempre alguma razão para o seu início. Umas tradições mais antigas, outras mais recentes, mas o sentido da tradição é a sua continuidade, é sentirmos essa herança como nossa, como parte da nossa vida.
A comemoração do São Pedro, no largo de São Pedro, junto à loja da D. Perpétua (Peta) teve o seu início e ainda está presente na memória de muitas pessoas.
Começou há mais de 45 anos, de 28 para 29 de Junho.
As crianças daquele canto costumavam fazer uma pequena fogueira, apanhavam orégãos, murta e outros arbustos e metiam a arder, para deitar algum cheiro. Alguns adultos ficavam a assistir.
Começaram a dizer à Peta da loja, que fazia anos no dia de São Pedro, que ela tinha de dar uns bolinhos para lhe cantarem os parabéns. Então foi buscar uma caixa de bolos sortidos (o que havia na altura) e vinho do Porto, que deu a quem lá estava presente e assim, à meia-noite, cantaram-lhe os parabéns.
Nos anos seguintes a fogueira foi aumentando.
A Sra. Rita fazia uma boneca de tecido, que era queimada junto a um pinheiro que o Sr. Patuleia apanhava. A Peta começou a dar a farinha e o fermento e algumas pessoas faziam pão, bolos, outras davam as sardinhas. As febras assadas vieram nos anos seguintes. Assim continuava o festejo do São Pedro e do aniversário da Peta.
Na altura a música era a toque de um rádio ou gira discos. Só mais tarde começaram a contratar conjuntos musicais. A população da nossa aldeia e das redondezas juntava-se no largo e convivia até de madrugada.
Presentemente, no largo, existe a imagem de São Pedro comprada com valores angariados nas diversas celebrações de São Pedro.
Raquel Plácido

































