Nesta primeira crónica pós eleições autárquicas e em função dos resultados, é o momento de reconhecer e felicitar os vencedores e pela parte que me toca, assumir a derrota. Dizer ainda que esta é a primeira crónica em que abordo a questão das eleições, não o fiz antes, mas neste momento, o tema é incontornável. Prefiro falar de temas locais concretos, que me parece terem muito pouco a ver com pseudo análises de cariz ideológico / partidário.
Ficou claro que os caldenses rejeitaram as nossas ideias e propostas e consideram que a gestão municipal atualmente em vigor, é correta, ou pelo menos 24% dos eleitores assim considera e como tal, reforçaram a sua aprovação e terá continuidade. Foi isso que escolheram e é isso que vamos ter.
Houve 52% dos caldenses que preferiram ficar em casa, ou fazer qualquer outra coisa que lhes dá mais prazer, mas essa é outra questão.
O que se sabe, é que dos que se deram ao trabalho de ir votar, a grande maioria considera que Caldas da Rainha está no bom caminho. Pois que assim seja.
Ora, isto significa que devo mudar de opiniões sobre os diversos temas da vida municipal, moldando-as às da maioria que gere o concelho? Nada disso. Continuo a reservar-me o direito de pensar diferente e falar e agir em conformidade. Não fui, nem sou do estilo de me limitar a zurzir e criticar em surdina pelos becos e na hora da verdade me encolher. Aquilo que penso, assumo. Sei que é normal fazer-se por aí, mas o meu pensamento não está à venda.
As opiniões que desde há muito venho a construir sobre a cidade e o concelho no seu todo, são alicerçadas em pensamentos e lógicas de gestão autárquica moderna, adaptadas à nossa realidade, que devem catapultar os concelhos para o desenvolvimento sustentável, garantindo o futuro, através da captação de investimento, como forma de geração de riqueza e criação de emprego. O que se diga ou faça fora disto, é conversa.
E quando leio, por exemplo, que Grândola, isso mesmo, em pleno Alentejo, conseguiu atrair um investimento de cerca de 20 milhões de euros, na área dos componentes para a aeronáutica, com a criação inicial de 100 postos de trabalho, fico ainda mais convicto das minhas já consolidadas convicções, passe o pleonasmo. Sim, isto é gerir um concelho e nem me preocupo em saber qual o partido que o governa. Não tem o mínimo interesse. Até porque este é apenas um exemplo.
Por outro lado, também leio que um espetáculo dos Xutos e Pontapés, no Coliseu, já no dia 4 de Novembro, passe a publicidade, tem o custo mínimo de 25 euros por pessoa. Mas há pouco mais de mês e meio, o mesmo espetáculo, pôde ser visto nas Caldas, por apenas 1 euro e na pior das hipóteses, 4 euros para os mais distraídos. Caldas pagou e todo o mundo usufruiu. Sobre prioridades e formas de gestão, estamos conversados.
Também muito se tem dito sobre o termalismo e a reabertura do Hospital termal ao público. Quando insistentemente questionámos que legislação dava cobertura ao hipotético acordo, para entrega da gestão ao Montepio, nunca houve uma resposta. Precisamente porque não havia resposta. Porque não é possível fazer e como tal a tutela não autoriza, na forma em que se pretende fazer. Não foi ao acaso que levantámos a questão e todos sabiam que não era possível. Mas era preciso no momento eleitoral, fazer de conta que tudo estava a ser resolvido.
Vai-se também continuar a fazer de conta que se está a tratar do desassoreamento da lagoa, de adiamento em adiamento, pois… e também da linha do Oeste, claro… e ainda da localização do novo Hospital, isso mesmo…, mas que grande surpresa está a ser “cozinhada” nos bastidores. Já é tarde para agir com determinação, que não tem havido.
Certas, são as festas, ah… isso, vamos todos e a todas.
Há uma coisa boa em tudo isto, é que daqui a 4 anos, quem se quiser voltar a candidatar, basta guardar o programa que agora foi apresentado.

































