Publicidade fora de prazo

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Em época de verão e férias multiplicam-se as festas das freguesias e lugares, bem como os festivais e afins. Festividades que são fruto de meses de trabalhos de preparação e organização de pessoas muitas vezes voluntárias, sem qualquer interesse económico, que por carolice ou boa vontade dedicam o seu tempo a levar as tradições avante.
O sucesso destas festividades depende grandemente da publicidade, sendo as zonas junto a estradas as mais requisitadas para este efeito. Todos gostamos de ter esta informação atempada. No entanto não me parece que ninguém gosta de ver os mesmos cartazes a definhar semanas ou meses após as festividades terem ocorrido. Se os preparativos para estes eventos são trabalhosos, é sabido que o pós-festa é muitas vezes mais doloroso e penoso, no entanto, necessário. E é este o meu ponto de discórdia que gostaria de chamar à atenção. Mais discordo de eventos como o publicitado neste jornal onde afirmam que “todos os resíduos resultantes do evento irão respeitar os mais rigorosos critérios de sustentabilidade ambiental, que se concretizam na separação dos resíduos e posterior reciclagem, recuperação, redução e reutilização” (em Gazeta das Caldas edição nº 4912 de 22 de Junho de 2012 publicitando o Naturfest) que, por ser um festival da natureza terá que prezar por ela e retirar os cartazes plastificados que ainda resistem pregados nos postes e vedações junto às estradas.
É mais fácil ignorar e deixar que o tempo e as condições atmosféricas tratem de esconder dos nossos olhos estes pedaços de matéria sintética, altamente poluente, do que voltar a passar pelos mesmos locais, desta vez com um saco do lixo e usando a parte contrária do martelo.
Talvez se as entidades competentes começassem a aplicar coimas a tais irresponsabilidades, passasse a haver mais cuidado e respeito pelo ambiente.

Ana Lúcia Ferreira

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