Lagoa lindíssima, a que se tem assistido paulatinamente a um assoreamento galopante, onde a intervenção humana, apesar de enormes gastos não tem impedido o risco do seu desaparecimento. O tempo passa e cada vez mais assoreada.
Qual será a pretensão das entidades decisoras do domínio público marítimo?
Com enormes quantidades de metros cúbicos de areias apropriadas para a construção e outras para vários fins, não seria difícil de encontrar interessados na sua remoção sem custos e obtenção de retornos em benfeitorias a executar na zona mais poluída, apesar da crise na construção imobiliária.
Já foi local de grande produção de bivalves, crustáceos e peixes. Penso que com a remoção das areias depositadas nos últimos anos, não seria difícil a retoma e até mais desenvolvimento da sua multiplicação e exploração. O lingueirão, ameijoas de diferentes espécies, berbigão, ostras, mexilhão, caranguejos, santolas, enguias, linguados, solhas, robalos, sargos, encontrariam condições de rápido desenvolvimento, porque seria um viveiro natural tal como já lá existiu.
Teria de haver grande rigor, para além da qualidade e quantidade, o tamanho das espécies capturadas, pois seria fonte de fomento para repovoamento no Atlântico saindo naturalmente pela aberta.
Com um espaço assim disponível os mexilhões podiam ter um desenvolvimento inspirado em La Toja na Galiza, onde se reproduzem com imensa facilidade dando origem a grande abundância, podendo abastecer o mercado nacional.
Fazer uma zona balnear excelente porque a água está sempre mais quentinha que no mar, com passeios de barcos apropriados para passeios turísticos e como não existem barcos característicos para essa finalidade, seriam construídos como barcos típicos de cariz regional, a estudar e de preferência movidos com sistemas de energia alternativa eléctrica /e ou vela. Também contiguamente devia haver espaço em que pudessem ser feitos festivais de verão se não houvesse grande impacto ambiental.
Em locais apropriados servir-se-iam todos os pitéus com origem na Lagoa, tal como os bivalves, crustáceos e peixes das espécies anteriormente mencionadas, atraindo o turismo a uma linda Lagoa.
Com influência das correntes de marés, tanto na enchente como na vazante, seria de colocar em local apropriado sem fazerem obstruções, sistemas simples e eficazes de captação de energia eléctrica alternativa de baixo custo, designado por Penicheiro, que aproveita tanto as correntes no fundo como na superfície, sem praticamente libertar ruído, podendo fornecer a rede de energia nacional, mas no local, aos carros e barcos a preço mais reduzido.
Muitas vezes o que é complexo e caro tem menos viabilidade do que o simples.
Vamos voltar a ver a Lagoa da Foz do Arelho ainda mais viva do que já foi.
Assim haja vontade.
José Manuel Romão
Propostas para a Lagoa de Óbidos
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