Para melhor compreender e gerir o espaço urbano é fundamental que as cidades se tornem inteligentes, isto é, sejam capazes de utilizar as tecnologias de informação e comunicação para avaliar e corrigir o seu desempenho.
Uma cidade inteligente usa as tecnologias digitais para ser mais sustentável melhorando a qualidade de vida dos cidadãos, contribuindo para a melhoraria dos serviços de saúde, redução da produção de resíduos, o consumo de recursos, reduzir a poluição do ar e da água, incluindo a emissão de gases com efeito estufa e melhorar o fluxo do sistema de transportes. Os benefícios obtidos permitirão recuperar rapidamente o investimento realizado em tornar a cidade mais inteligente.
Uma cidade inteligente é também mais competitiva e terá maior potencial para atrair investimentos, turistas e novos habitantes. As cidades inteligentes também promovem a transparência e uma democracia mais participativa uma vez que as tecnologias de informação podem contribuir para um maior e melhor envolvimento dos cidadãos na governação da cidade. O acesso a estas tecnologias permite informar os cidadãos em tempo real e ao mesmo tempo assegurar que estes possam fazer chegar rapidamente aos decisores políticos as suas queixas e sugestões.
A inteligência das cidades irá ser acelerada pela chamada internet das coisas (IOT) que resulta da existência de biliões de equipamentos e de sensores que podem comunicar entre si gerando quantidades significativas de dados.
Segundo a INTEL as cidades irão investir, nos próximos 20 anos, cerca de quarenta triliões de dólares em infra-estruturas de modo a utilizar o potencial da internet das coisas para reduzir o consumo de recursos e tornar as cidades mais resilientes e sustentáveis.
Um estudo da empresa Juniper Research calcula que uma cidade inteligente pode fazer ganhar aos seus cidadãos até 3 semanas por ano através da redução do tempo de espera no trânsito, (com gestão inteligente do tráfego, dos sistemas de parqueamento e com informação permanente aos cidadãos) melhor segurança (sistemas inteligentes podem prever zonas de maior criminalidade) acesso à saúde (diminuição do tempo de espera, a possibilidade de realizar consultas ou diagnósticos digitalmente) e mais produtividade ( os serviços públicos através de apps e acesso digital podem dar respostas mais rápidas a requerimentos de cidadãos e evitar deslocações e tempos de espera).
Uma cidade inteligente também é mais flexível dado que, rapidamente, consegue perceber as alterações dos padrões de consumo, de transito, do clima e proceder aos necessários ajustamentos. O antigo responsável pela globalização da Cisco’s previu que, em 10 anos, a internet das coisas nas cidades pode gerar 50% de redução no consumo de energia e melhorar em 80% a eficiência no uso da água.
Barcelona, que é um dos melhores exemplos de cidade inteligente, tem utilizado a internet das coisas para melhorar a utilização dos recursos o que lhe permitiu poupar cerca de 56 milhões de euros por ano em gestão da água e de 35 milhões de euros por ano na iluminação pública, reduzindo os custos em um terço. Em Portugal grandes cidades como Lisboa e Porto tem desenvolvidos múltiplos projetos de inteligência das cidades. Na região cidades como Leiria e Torres Vedras participam em redes e projetos nacionais e internacionais tendo Torres Vedras recebido prémios relativamente ao sistema de partilha das bicicletas (Agostinhas) e pelo SIGE: infraestrutura tecnológica integrada e centralizadora de gestão de estacionamento na cidade.
Paulo Lemos
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