Decidi sair da zona de conforto e aceitar o convite para me candidatar às próximas eleições autárquicas. Porque não é possível continuar a assistir ao desprezo de que Caldas da Rainha tem sido vítima, como se estivesse tudo bem, porque não está. Por outro lado, porque sei o que quero para a minha cidade e concelho.
Brinquei muitos dias da minha infância no parque infantil e muitas horas a andar de bicicleta no recinto ao lado, cresci e sempre no parque namorei tanto quanto me foi permitido, frequentava a esplanada e não perdia os bailes do casino. Com a revolução, veio a casa da cultura e como nunca tive preconceitos político / filosóficos, lá fiz teatro e cantei no coro e ainda fiz o último ano do liceu nos pavilhões do parque. Foi no Hospital Termal que curei uma sinusite e foi lá que a minha mãe, sofredora de atrite reumatoide, foi tratada com excelentes resultados. Naquela altura ainda havia Hospital Termal. Considero que fui um privilegiado, que usufruiu em toda a plenitude do património termal.
Atraídas pelas diversas valências que a cidade oferecia, até cá acorriam milhares de pessoas que a faziam fervilhar. Excursões, turistas, visitantes, que chegavam á cidade e compravam de tudo o que a praça e o comércio caldense lhes ofereciam. Dinamizavam a economia, criavam empregos e faziam de Caldas da Rainha a principal cidade da região.
Mas essa cidade já não existe. Não há mais Hospital Termal. Uns fecharam-no e outros limitaram-se a assistir passivamente e permitiram. Morreram as “caldas” e com elas, também as Caldas. Hoje, há um aglomerado urbano descaraterizado, ultrapassado, muitíssimo sujo e gravemente vandalizado, ou seja, uma “coisa” de que eu não gosto nem quero e duvido que alguém goste e queira.
Eu quero de volta a cidade onde já fui feliz, para a minha geração, mas principalmente para as gerações futuras.
E é possível ter outra cidade e outro concelho. O que não é possível, é ter outra cidade com as mesmas pessoas a geri-la. É então urgente substitui-las. A grande oportunidade são as eleições autárquicas.
O eleito terá um trabalho árduo, que exige o conhecimento do concelho, uma visão de futuro, que perceba as áreas que alavancarão o desenvolvimento socioeconómico, como o termalismo, a lagoa, o comércio e a agricultura. Importa eleger alguém com coragem, que assuma o que pensa e o que quer, sem subterfúgios nem demagogias. É fundamental a capacidade de diálogo nos diversos entendimentos, com os concelhos vizinhos e com o poder central, com o qual temas como o Hospital Termal e a lagoa terão que ser tratados.
Acompanho desde há anos as prestações dos políticos caldenses e tenho particular apreço pela forma como os eleitos do CDS, especialmente Manuel Isaac e Duarte Nuno pela sua visibilidade, têm defendido as suas ideias e os que consideram ser os interesses do concelho, com frontalidade e coragem. Preocupações e propostas como as que o candidato do CDS Manuel Isaac, tem feito relativamente à limpeza da cidade, ilustram quanto a mim a sua capacidade de diálogo, confirmada pelo apoio público que os trabalhadores do setor de limpeza da autarquia através do seu delegado sindical, vieram manifestar. Pormenor importante na definição do perfil do candidato Manuel Isaac.
Por outro lado, a solução que tem preconizado para o Hospital Termal, é aquela que considero a mais adequada ao desenvolvimento do termalismo e por contágio, ao desenvolvimento da cidade.
Após profunda reflexão, sem inibições filosóficas de esquerda ou de direita, que considero não estarem em causa e porque conhecendo em detalhe o projeto do CDS e Manuel Isaac para o concelho, considero que ele será o melhor protagonista para a mudança de paradigma que urgentemente é necessário operar em Caldas da Rainha.
E é porque quero a “minha” cidade de volta, que me candidato nas próximas eleições autárquicas na equipa do CDS à Câmara Municipal.
Rui Gonçalves

































É completamente inaceitável que, em campanha eleitoral para as autárquicas, e sabendo não ser a Gazeta das Caldas um jornal com censura, um candidato por um partido apele ao voto na coluna de opinião dos leitores. Perdoem-me o termo, mas isto não passa de um abuso de confiança que merece ser denunciado publicamente.