Vimos na terça-feira da passada semana na estação das Caldas da Rainha um ministro afirmativo, convincente, enérgico, voluntarioso sobre a Linha do Oeste e a recuperação dos caminhos de ferro em Portugal, frente a um conjunto de responsáveis políticos e empresariais.
24 horas depois o mesmo ministro assumia uma rutura com as práticas anteriores defendendo soluções de médio e longo prazo para a nova localização do aeroporto de Lisboa, 50 anos depois de tantos avanços e recuos.
Horas depois, ordem do primeiro-ministro tudo recuava ao princípio e o ministro baixava a guarda, pedia desculpa de fininho, reconhecia o seu erro, mas, perdoado pelo seu chefe, continuava no desempenho de funções.
Poucas vezes o poder político se mostrava em público e à vista de todos tão vulnerável e com pouco significado de solidez, de coerência e de sentido de responsabilidade.
Esperemos que a mesma convicção demonstrada com o futuro da via ferroviária nos Oeste e a sua ligação aos meios contemporâneos de circulação neste meio (o TGV) esteja tão consolidado que não volte atrás por qualquer mudança de humor de um seu superior…
A efemeridade de tantas promessas em Portugal tem provavelmente evitado grandes erros, mas também, em muitos casos, nos deixa a milhas do que se passa no mundo. E na logística esse fenómeno é tão evidente: apostámos em autoestradas quando aqueles que vão mais à frente investiam em transportes em comum e com base sus-tentável. Agora queremos recuperar mas as hesitações continuam. O chamado “caos” nos aeroportos nestes dias (e não só em Portugal) são exemplo disso… ■
Poderes efémeros…
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