Joana Patriarca
Atleta do Arco Clube das Caldas
Qualifiquei-me para a prova de competição Final Round de Sala organizada pela Federação Portuguesa de Tiro com Arco como uma das quatro atletas com melhor pontuação a nível nacional na minha categoria. Será a minha primeira experiência em semelhante prova e serei a única a representar o meu clube. Sentes a pressão? Eu também. E tem mexido imenso comigo e nos poucos treinos que tenho antes do grande dia.
Fui obrigada a parar e refletir, porque de repente já não parecia tão divertido com tantas expectativas. Heis o que quero partilhar contigo:
Se tive sucesso em chegar ao ponto de me qualificar para esta prova para poder disputar o título de campeã nacional de sala, o meu sucesso está na persistência e dedicação que pus nos meus treinos, que incluiu sair de casa às sextas-feiras às 19h30 não para jantar fora e divertir-me, mas sim já jantada porque o treino começava às 20h. O resultado foi conseguir alcançar mais vezes uma pontuação superior (estou a falar de 27, 28 e 29 pontos; a pontuação máxima em 3 flechas é de 30 pontos); foi conseguir dar luta nas provas nacionais e dar o meu melhor contra adversárias mais experientes e mais fortes mentalmente; foi conseguir ver o efeito da minha mente sobre a minha performance e compreender que as provas de competição são, mais do que tudo, provas de resistência mental.
Esta Final Round é a meu ver a derradeira prova à resistência mental. Eu não estou preparada para ela. Preciso ainda de trabalhar muito. Realisticamente, já é uma vitória estar entre as quatro melhores à medida que fui cultivando alguma resistência mental em cada prova nacional a que fui. E admitindo só aqui entre os dois, em cada prova dei com cada tropeção emocional…! E se aprendi alguma coisa ao longo desta época foi isto: uma prova de competição mede-se pela confiança que a tua mente tem no teu corpo para saber o que fazer no momento certo. O corpo espelha a mente. Se a mente duvida, o corpo hesita. Se a mente confia, o corpo reage com confiança. Foca-te, para além da técnica da tua modalidade, em estratégias e dá espaço ao autoconhecimento para trabalhares a tua resistência mental. Porque o sucesso de uma prova mede-se pela força da equipa corpo-e-mente. E todos nós sabemos que a força de uma equipa mede-se pelas capacidades do elo mais fraco.
De resto, mais que não seja, é dar o nosso melhor e morder os calcanhares de quem fica à frente. ■
































