Andamos muito distraídos…
Há uma avalanche diária tão grande de assuntos e “assuntozinhos” que se repetem à exaustão e muitas vezes de utilidade duvidosa (a não ser para quem os pôs a circular), que esquecemos o essencial para o nosso presente e futuro como seres humanos: saber lidar com a natureza, tirando partido do que ela nos oferece mas não a agredindo nem estragando.
A verdade é que “a Natureza não precisa de nós, nós é que precisamos da Natureza”.
Assim sendo, e porque estas crónicas são essencialmente de e para a Região Oeste, pus-me ao caminho e fui ver como estão, depois de cerca de um mês da tão desejada e necessária chuva, duas barragens da região: Arnoia e Alvorninha.
Ambas inauguradas em 2005 para fins agrícolas.
Aliás visito-as regularmente desde o inicio: mais água, menos água, mas a mesma desertificação de atividade e consequente atividade/produtividade.
Ambas são ainda e só reservatórios de água doce, sendo que em Óbidos, não longe da barragem há recentemente troços de condutas adutoras e retroescavadoras aparcadas, aparentemente anunciando a continuação do investimento público e financiado com fundos europeus, 13 anos depois. Assim seja!
Poderá então atingir o seu anunciado objetivo: irrigação de explorações agrícolas.
Em 2009 era referida pelos responsáveis a área de 1300 ha a irrigar.
Quantos serão agora?
Enquanto pouco ou nada acontece de atividade económica e os anos vão passando, por que não desenvolver atividades desportivo-turísticas, como Canoagem ou outras com pequenas embarcações, Padlle, ou Pesca Desportiva organizada?
Neste Olhar e Ver aqui fica a sugestão.
Teria colateralmente a vantagem imediata de obrigar ao melhoramento dos acessos e dar vida a ambas as barragens.
Entretanto, soube que há um interessante projeto privado, apresentado há um mês, de aproveitamento das águas do rio Tejo com objetivos agrícolas e turísticos que considera a integração das barragens de Alvorninha e Óbidos para aumentar o regadio na Região Oeste
Vale a pena estudá-lo, e desenvolvê-lo a pensar globalmente.
Mas há uma questão de fundo que urge resolver!
Atenção Sr. Ministro do Ambiente e responsáveis Governamentais e Autárquicos.
Atenção cidadãos responsáveis e atentos em geral: há que impor firmemente com recurso às instâncias Europeias se necessário o fim das transvases do Tejo em Espanha e outros abusos continuados e incumprimento de Convénios de água celebrados entre os dois países com pompa e circunstancia.
| D.R.
Basta de hipócrita “no pasa nada”.
É grave e lesivo para Portugal e à revelia de todo o direito aplicável o que se passa na realidade há muitos anos e à vista de todos!
E das fantásticas prendas que a natureza nos oferece, não é só a agua que é mal tratada.
Das florestas nem se fala (ou fala-se sistematicamente demais e faz-se sistematicamente de menos…) e ultimamente também várias espécies arbóreas são um alvo a abater, nomeadamente através de podas selvagens.
Estes belos e velhos plátanos da Foz do Arelho apareceram assim há vários meses (a foto acima é de 26/3)
Alguém me informe se possível, se ainda irão rebentar, resistindo heroicamente às agressões!?
Muito obrigada.