Quando o Pacheco Pereira começou por dizer que ia falar de pé, eu não podia adivinhar que estava já a preparar-se para o boxe verbal que, 40 anos depois, ainda se faz entre os filhos de Mao e Trotsky em Portugal.
Falou da Democracia Ateniense, em que, apesar da existência de escravos, conseguiu vislumbrar períodos verdadeiramente democráticos (?!) .
Passou depois, a outro exemplo de democracia avançada, a que se fixou na Constituição Norte-Americana escrita pelos Pais Fundadores depois da Guerra de Libertação da Coroa Inglesa. Não o incomoda que tenha dado origem ao Imperialismo Americano que tanto o preocupou no passado.
Nem a desigualdade racial que persiste.
A árvore pode ser frondosa mas o último fruto que deu é Trump!!! Utopias, pouco ou nada!
Louçã parecia só ter lido Ernst Bloch… está certo! Deve ser para preparar o regresso ao activo no “Bloch”… de Esquerda.
Neste debate, as referências a autores foram tantas que o comum dos mortais só podia perder-se.
Depois de se ter pensado que, em Portugal a política tinha acabado, vemos agora um ex-maoísta do PSD – que até nem foi para o Goldmann Sachs – e um ex-trotskista da reserva do Bloco de Esquerda a esgrimirem ideias como dantes no PREC ou numa RGA; não avançaram muito desde aí.
No fundo são ambos apoiantes da “utopia em realização no momento”: a “geringonça” mas aqui só desenterraram velhos fantasmas, num duelo de palavras tão agressivo quanto estéril.
Digamos como Salman Rushdie: É tempo da Humanidade se libertar dos Deuses.
Jorge F. Ferreira

































