Em bom da verdade foi no dia 20 de julho, mas o que mais importa é a data que consta no BI. Aí estava 25 de julho de 1928, como sua data de nascimento na freguesia da Ajuda, concelho de Peniche, tendo os seus progenitores lhe dado o nome de Abílio de Jesus Francisco; o meu General.
Em fevereiro de 2010, e contando com a inapagável colaboração da Gazeta das Caldas, publiquei um artigo com o mesmo título. Porém as palavras não se acabam quando falamos ou escrevemos de um homem bom ou quando a saudade nos aperta o coração (…)
Tivemos um primeiro encontro neste mundo, tanto quanto dizem, fantástico. Foi num domingo e quando faltavam 15 minutos para as duas da manhã, no Montepio Rainha Dº Leonor, estando ele de serviço no então Regimento de Infantaria 5, não deixou de ir ver-me assim que teve oportunidade, a mim e à minha mãe, fazendo prevalecer a sua condição de grande chefe de família.
Depois de fazer diversas comissões de serviço na Índia, Angola e Moçambique (onde nasceram os meus irmãos), mas também em Chaves, Mafra e Lisboa, o meu pai foi um homem que sempre honrou a farda e acima de tudo a sua condição de militar. O atual comandante da Escola de Sargentos do Exército, coronel Jorge Oliveira, honra-me inúmeras vezes com convites para estar presente na ESE nas cerimónias oficiais e momentos privados, e é com vaidade que ouço repetidamente elogios ao Ajudante Jesus.
Como filho e assumindo publicamente a inequívoca admiração pelo meu pai, existe em mim um amargo quando não vejo nesta instituição, ou na Liga de Combatentes (onde também esteve como humilde servidor, após a sua aposentação do serviço militar efetivo), uma pequena alusão à nobre condição de militar.
Passados 29 meses do seu desaparecimento físico, tenho em mim um vazio que só é colmatado pela presença física da minha mãe e pelas conversas íntimas que mantenho com o meu General. Poderá ser estranho, mas quem tem neste homem o seu eterno herói é, como se diz, o que se pode e sabe muito bem.
Há pessoas inigualáveis e momentos inesquecíveis. O meu pai foi o protagonista dos mais importantes da minha vida, enquanto noutros, apesar de não ter uma ativa participação, não deixou de os partilhar. Por isso, e com todo esse esplendor, é o meu eterno herói.
Na passagem do seu aniversário é bom recordar a sua importância na minha vida com lágrimas, e apesar do vazio da sua presença física, porque é fantástico ser filho de um homem tão bom
Obrigado pai!
Carlos Alberto Elias de Jesus
































