O jantar em favor da Ermida do Espírito Santo

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Foi com uma certa graça que li uma circular-convite a favor de um jantar para angariação de fundos a favor da Ermida do Espírito Santo.
Este Portugal está feito numa tenda ordinária de circo.
O Museu do Hospital e das Caldas convida os “palhaços” para, e cito, ”Jantar com ambiente exclusivo apresentado de uma forma pouco comum, acompanhado de Música Jazz e posteriormente DJ”. Fim de citação…

Com o valor que pedem, ou seja 20 euros por pessoa, duvido que sobre algum dinheiro para a ajuda da recuperação da dita capela. Ou esperam que para além do dinheiro do jantar, haja um cheque para uma caixa na sala?
Creio que estas acções são manobras para justificar o peso financeiro das equipas em determinados organismos do Estado.
O Museu do Hospital que agora aluga os espaços (Capela  S. Sebastião, Passagem Céu de Vidro, Casa dos Barcos) a peso de oiro (como se fosse uma organização como a FIL de Lisboa), quer fazer um jantar para arranjar a capela do Espírito Santo para depois alugar o espaço à comunidade?
Sinceramente, numa altura dramática onde temos de ser chamados a pagar a conta que o Estado fez em nome da barriga cheia durante estes anos todos, ainda temos que estar sujeitos a estas manobras de diversão para ajudar a engordar ainda mais?… Chega! Basta!

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Vítor Manuel Pires
NR – Gazeta das Caldas deu conhecimento desta carta ao Museu do Hospital e das Caldas (que pertence ao CHON), de quem recebeu a seguinte resposta:

O Centro Hospitalar do Oeste Norte, tem vindo ao longo dos anos a apoiar a cultura, a arte e a história, não apenas do Hospital Termal, mas também da própria cidade de Caldas da Rainha, através, entre outras formas, da edição e patrocínio de livros, da cedência de espaços e da realização de diversas atividades culturais.
Todas estas parcerias e apoios foram na sua maioria dados a título gratuito, assumindo este Centro Hospitalar todas as despesas de manutenção, restauro, melhorias e por vezes a própria vigilância dos espaços acima referidos, aquando da realização de atividades promovidas por entidades externas.
Numa fase difícil para todos, o Centro Hospitalar não é exceção. Nesse sentido entendeu o CHON, regular a utilização de espaços, quando utilizados para fins comerciais, através do estabelecimento de custos de utilização que variam entre os 20 euros diários e os 80 euros por semana (regulamento disponível a pedido).
A salvaguarda de qualquer bem patrimonial apenas faz sentido se um conjunto de cidadãos o entender como um valor em si e para si mesmo, cabendo por isso a cada um a responsabilidade de participar na sua salvaguarda.
Foi neste âmbito que apelando à participação de todos, se organizou o jantar comemorativo das Jornadas Europeias do Património 2011, e simultaneamente a angariação de fundos para a recuperação da Capela do Espírito Santo.
Gostaríamos de aproveitar esta oportunidade para agradecer a todos os que responderam de forma activa a este desafio, bem como os múltiplos votos de incentivo deixados à organização.

Dora Mendes
(Museu do Hospital e das Caldas)

Carlos Sá
(Presidente do CA do CHON)

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