O ano em que me tornei cronista só podia ser o ano mais estranho de todos!

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Já passou um ano desde que me iniciei nesta aventura de escrever para a Gazeta das Caldas, devo dizer que foi um convite inesperado, inquietante, mas que aceitei como forma de desafio e superação. Nunca me senti talhada para escrever, no entanto, esta foi sem dúvida uma experiência que me deixou a sensação de competência e de conquista. Agradeço à Gazeta das Caldas por isso. Cumprimento também todos os outros cronistas que integraram o grupo, foi um gosto fazer parte deste painel. Agradeço também a todas as pessoas que me leram, foram muito importantes para mim. Termino a minha participação na incerteza daquilo que devia escrever, arriscarei com uma dose extra de coragem para me expor de forma fiel ao que sinto que devo escrever. No ano mais estranho em que me tornei cronista, foi o ano em que o Mundo parou, o ano em que me vi impedida de trabalhar, o ano em que achei que podia contribuir para um Mundo melhor, um ano onde tive vontade de estabelecer laços familiares mais fortes, manifestar a minha amizade de forma mais efetiva e até o ano onde o contacto com o próximo se tornou mais evidente. Foi o ano onde a Natureza ganhou mais impacto e onde tudo indiscutivelmente me pareceu mais belo. O ano de 2020 trouxe-me a consciência e a perspetiva certa para compreender o meu lugar no mundo e a clareza de compreender como atuar nele. Sem julgamentos, sem críticas, sem falsos moralismos, poderei dizer que o ano 2020 ressignificou a minha vida e a minha existência! Foi o ano em que inacreditavelmente cantei para centenas de pessoas e embarquei em pequenas loucuras de que não me irei esquecer nunca. Mas para terminar em beleza o ano 2020 também me proporcionou a experiência de passar pela covid-19. No meu caso, os sintomas foram ligeiros, mas confesso que os sintomas mais fortes e mais devastadores foram os do AMOR, saber que os que mais gostamos também podem ter ficado infetados, saber que existiam fragilidades que podiam ser fatais, sentir a angústia da distância e de estar em isolamento sem poder fazer muito por eles. Sentir o peso da responsabilidade que foi cada contacto, confiar incondicionalmente que os cuidadores, que não nós, tudo farão pelos nossos. ACEITAR, CONFIAR E ENTREGAR: uma lição que aprendi como nunca e que aconselho todos a integrarem. Nunca tivemos qualquer tipo de controlo, é importante viver a vida intensamente a cada instante e não há vírus nenhum que supere o AMOR! ■

Teresa Serrenho
coach vivencial

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